Paulo Freire é um grande educador!!!!!!!!!!!!!!!!


Paulo Freire é o Patrono da Educação Brasileira por reconhecimento ao mérito de sua obra e das suas contribuições para a educação e alfabetização no Brasil e no mundo.

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi um educadorescritor filósofo pernambucano. Tendo sua formação inicial em Direito, Freire desistiu da advocacia e atuou durante o início de sua carreira como professor de Língua Portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz, instituição em que o professor havia concluído o Ensino Básico. Freire também trabalhou para o Serviço Social da Indústria (SESI) como diretor do setor de educação e cultura, além de ter lecionado Filosofia da Educação na então Universidade de Recife.

Paulo Freire foi agraciado com cerca de 48 títulos, entre doutorados honoris causa e outras honrarias de universidades e organizações brasileiras e do exterior. É considerado o brasileiro com mais títulos de doutorados honoris causa e é o escritor da terceira obra mais citada em trabalhos de ciências humanas do mundo: Pedagogia do oprimido.


Biografia

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, na cidade de Recife, capital de Pernambuco. Filho, junto com seus dois irmãos e uma irmã, de um policial militar e de uma dona de casa, Paulo Freire ficou órfão de pai aos treze anos. Sua educação inicial contou com o ingresso no Colégio Oswaldo Cruz, em Recife, por meio de bolsa concedida pelo diretor. Mais tarde, Freire tornou-se auxiliar de disciplina e, após formação, professor de Língua Portuguesa.

Em 1943, ingressou no curso de Direito da Universidade de Recife e, em 1944, casou-se com sua primeira esposa, a professora Elza Maia Costa de Oliveira, casamento que durou até o falecimento de Elza, em 1986. Em 1947, Freire foi nomeado diretor do Departamento de Educação e Cultura, do Serviço Social da Indústria, iniciando um trabalho com a alfabetização de jovens e adultos carentes e de trabalhadores da indústria.

Em 1959, Paulo Freire passou no processo seletivo para a cátedra de História e Filosofia da Educação, da Escola de Belas Artes da Universidade de Recife, com a tese Educação e atualidade brasileira. Em 1961, o professor tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais, da Universidade de Recife, o que o possibilitou realizar as primeiras experiências mais amplas com alfabetização de adultos, que culminaram na experiência de Angicos.

Por possibilitar a alfabetização de jovens e adultos em cerca de 40 horas e com baixos custos, o método desenvolvido por Paulo Freire inspirou o Plano Nacional de Alfabetização, que começou a ser encabeçado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) ainda no governo de João Goulart. A experiência de Angicos causou alvoroço na cidade.

Uma greve de trabalhadores de uma obra que se recusaram a trabalhar enquanto não tivessem seus direitos garantidos, como descanso semanal remunerado e uma jornada de trabalho que respeitasse a jornada estabelecida pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), foi o início para a acusação de comunismo contra o projeto de alfabetização freireano. Empresários e fazendeiros, primeiramente do Rio Grande do Norte, não aceitaram a reivindicação dos trabalhadores, antes analfabetos e agora entendedores de seus direitos.

Outra questão entrou em jogo no cenário político: na época, somente poderia votar quem fosse alfabetizado. O Plano Nacional de Alfabetização poderia levar o letramento a até seis milhões de brasileiros, o que significaria seis milhões de novos eleitores fora das classes dominantes. Esses fatores foram decisivos para que, ainda em abril de 1964, o Plano Nacional de Alfabetização fosse cancelado. Esses também foram fatores decisivos para a prisão de Paulo Freire, Marcos Guerra (advogado e um dos coordenadores do projeto em Angicos) e dezenas de outras pessoas, que, como no caso de Freire, também foram exiladas.

Paulo Freire passou 70 dias preso e foi exilado. No exílio, foi primeiramente para o Chile, onde coordenou projetos de alfabetização de adultos, pelo Instituto Chileno da Reforma Agrária, por cinco anos. Em 1969, o professor pernambucano foi convidado a lecionar na Universidade de Harvard. Em 1970, foi consultor e coordenador emérito do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), com sede em Genebra, na Suíça.

Até o seu retorno ao Brasil, em 1980, Freire fez viagens a mais de 30 países pelo CMI, prestando consultoria educacional e implementando projetos de educação voltados para a alfabetização, para a redução da desigualdade social e para a garantia de direitos. Foi nesse período em que o pensador brasileiro implementou importantes projetos educativos em Guiné-Bissau, Moçambique, Zâmbia e Cabo Verde.

Em 1978, a Lei da Anistia permitiu o retorno de exilados políticos. Em 1980, Freire retornou ao Brasil. Após isso, passou a lecionar na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na Universidade de Campinas (Unicamp). Em 1986, sua primeira esposa, Elza, com quem teve cinco filhos, morreu. Em 1988, Freire casou-se com sua segunda esposa, Ana Maria Araújo, com quem permaneceu até a sua morte, em 1997.

Entre 1988 e 1991, Freire foi nomeado secretário de educação do município de São Paulo pela então prefeita, Luiza Erundina, na época filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ao sair do cargo antes do término da gestão, Mário Sérgio Cortella, então assessor de Freire e mais tarde seu orientando de doutorado na PUC-SP, ocupou o cargo até o ano de 1992.

No dia 2 de maio de 1997, Paulo Freire morreu, aos 76 anos, após passar por uma angioplastia e apresentar um complexo quadro de saúde devido a problemas no sistema circulatório. Em vida e postumamente, o professor Paulo Freire foi condecorado com 48 títulos honoríficos.

Em todo o mundo, cerca de 350 escolas e instituições, como bibliotecas e universidades, levam o seu nome como forma de homenagem. Em 2005, a deputada Luiza Erundina criou um projeto de lei para reconhecer Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira. O projeto de lei somente sancionado em 2012, por meio da Lei 12.612/12, pela então presidente Dilma Rousseff.

Segundo levantamento feito, em 2016, por Elliot Greeni, pesquisador especialista em estudos sobre desenvolvimento e aprendizagem da London School of Economics, a obra Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, é o terceiro livro mais citado em trabalhos da área de humanidades no mundo. Até o ano do levantamento, o livro de Freire já havia sido citado 72.359 vezes, estando à frente no ranking de pensadores como Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Karl Marx. À frente de Freire estavam apenas Thomas Kuhn e Everett Rogers.

Método Paulo Freire No auge da Guerra Fria, os Estados Unidos lançaram um projeto chamado Aliança para o Progresso, que visava a alavancar o processo de crescimento econômico e acabar com o que o bloco capitalista entendia como “crescente comunismo” que vinha assolando a América Latina. No entendimento de quem liderou o projeto, a erradicação do analfabetismo seria uma maneira de frear a ascensão socialista.O Brasil foi um dos contemplados pelo projeto, e no Nordeste, ainda como fase experimental, a cidade de Angicos, no Rio grande do Norte, foi uma das primeiras grandes experiências de tentativa de erradicação do analfabetismo. A escolha da cidade e a verba destinada ao projeto de Angicos, cerca de 36 dólares por aluno, vieram desse plano norte-americano. Paulo Freire elaborou o projeto, formou uma comissão de coordenadores e treinou professores para aplicar o plano.Em 40 horas, percorridas durante quase um mês, 300 jovens e adultos foram alfabetizados pelo método desenvolvido por Freire. O educador brasileiro criticava o modelo de educação que ele chamava de “educação bancária”. Esse modelo é baseado na visão de que o professor é o centro do processo e detentor do conhecimento das matérias, sendo o responsável por depositar aquilo que sabe em seus alunos.Freire falava da importância de pensar-se em uma educação capaz de reconhecer a cultura do educando e agir com base nela, naquela realidade, pois somente assim ela faria sentido para aquele que vai ser alfabetizado. Nas palavras do filósofo:a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.”iiNa visão de Freire, a leitura (e, no mesmo sentido, a escrita) somente fará sentido se for acompanhada de uma capacidade de ler o mundo, de perceber o mundo, de reconhecer os papéis desempenhados pelos atores do mundo e de reconhecer-se como peça naquele mundo. Por isso, Freire agia com base nas palavras que faziam parte do cotidiano dos trabalhadores em processo de alfabetização para ensiná-los.Marcos Guerra, advogado e coordenador do projeto em Angicos, conta que “a alfabetização era baseada em 12 a 15 palavras apenas que continham todos os fonemas da língua portuguesa. No debate sobre a palavra trabalho, o que é que vem? Vem as condições de trabalho. Aí evoca discussões sobre trabalho, condição de trabalho [...] remuneração de trabalho, garantias, direitos, deveres”.iii Palavras como tijolo, barro, trabalho, labuta e telha eram as norteadoras do método, que não foca no conteúdo ensinado, mas no processo.Outra característica do método freireano é a tentativa de levar uma conscientização política e de classe para os educandos. Talvez esse seja o fator que mais tenha despertado a ira dos setores conservadores, responsáveis por extinguir o Plano Nacional da Alfabetização e por exilar o professor pernambucano. Os depoimentos descritos, a seguir, atestam essa ideia:Depois do curso, uma greve na cidade parou a construção de uma obra. Acredita-se que eles teriam sido inspirados pelo ensino dos direitos trabalhistas em sala de aula, com a metodologia freiriana. Os trabalhadores disseram ao dono da empresa que sabiam que tinham direitos. Eles pediam carteira assinada, repouso semanal remunerado e férias. E o patrão disse: ‘eu não dou isso não, ninguém dá’, lembra [Marcos] Guerra.Eles passaram a reivindicar direitos, como repouso semanal remunerado e jornada de trabalho, que era intensiva e ultrapassava as horas estabelecidas pela lei. A carteira assinada os entusiasmava, conta a juíza aposentada Valquíria Félix da Silva, 78, que foi uma das professoras do curso na cidade.ivA obra de Paulo Freire e o seu método são profundamente marcados pela insistência de levantar-se um novo tipo de educação, capaz de dar autonomia às classes dominadas por meio do diálogo e de uma educação emancipadora.Para quem se simpatiza com as ideias do filósofo pernambucano, essa tarefa é necessária para a criação de um novo Brasil, mais justo e igualitário. Para quem discorda de sua obra (não pretendemos fazer uma afirmação generalizadora, pois podem existir críticas pontuais plausíveis acerca do método ou da obra freireana, e lembrando que as críticas não presumem sua anulação), há, em geral, um medo de que ela seja a cartilha para fazer o que setores conservadores têm chamado de “doutrinação marxista nas salas de aula”.Essa acusação, sustentada nos dias atuais por grupos políticos ligados à extrema-direita, era a mesma que condenava Paulo Freire em 1964. O doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e biógrafo de Freire, Sérgio Haddad, conta, em matéria publicada na Folha de São Paulo, acerca do relatório escrito sobre Freire para justificar a sua prisão, dias após o seu exílio.O inquérito, comandado pelo tenente-coronel Hélio Ibiapina Lima, dizia que Paulo Freire era “um dos maiores responsáveis pela subversão imediata dos menos favorecidos”, que “sua atuação no campo da alfabetização de adultos nada mais é que uma extraordinária tarefa marxista de politização das mesmas” e que Freire “é um cripto-comunista encapuçado sob a forma de alfabetizador”.v

Obras Entre publicações em vida, publicações póstumas, cartas, entrevistas, ensaios e artigos, somam-se em sua obra quase 40 livros publicados. Os mais importantes, para a compreensão da trajetória intelectual do filósofo e educador, são as seguintes:Pedagogia do oprimido: escrito ainda no início do exílio, quando Freire estava no Chile, o livro propõe uma revisão da relação entre educadores e educandos. O diálogo deve ser a base primeira para a constituição do processo de ensino e aprendizagem. Segundo Freire, “o diálogo é uma exigência existencial”.vi Com base nesse pressuposto, ele reconhece que a educação dialógica é a chave para levar uma educação libertadora às massas, sem excluir a própria massa do processo educativo. Em sua reflexão, Freire questiona-se: “Como posso dialogar, se parto de que a pronúncia do mundo é tarefa de homens seletos e que a presença das massas na história é sinal de sua deterioração que devo evitar?”vii Reconhecendo as massas e os outros e respeitando a diferença dos outros é como o educador deve atuar. Freire defende que a finalidade desse trabalhoso processo é propiciar uma libertação: a emancipação das massas de oprimidos por meio da educação.Educação como prática da liberdade: escrito no exílio após o término de Pedagogia do oprimido, esse livro é uma autocrítica de sua atuação e uma proposta de educação que visa a acabar com a exclusão. Ele aponta a relação intrínseca entre educação, conscientização e inclusão.Cartas à Guiné-Bissau: livro escrito entre 1976 e 1977, período em que Freire atuou no projeto de alfabetização popular promovido em Guiné-Bissau após a sua independência. O conjunto de cartas que compõem a obra tem um objetivo mais reflexivo de apontar a potência, a paixão e a criação daquele povo recém-independente e a aproximação da realidade social africana com a brasileira da época.Pedagogia da autonomia: Freire tem um objetivo muito claro nesse livro de apresentar um conjunto de conhecimentos e práticas indispensáveis a qualquer educador. Como o próprio autor anuncia no escrito, não importa se se trata de um professor ou professora progressista ou reacionário, deve-se saber daquele conjunto básico. O livro carrega em seu primeiro capítulo o título que resume grande parte da defesa de Freire no reconhecimento da alteridade e do respeito à individualidade do educando: “Não há docência sem discência”. Um desses elementos básicos é o reconhecimento da importante relação entre teoria e prática que deve ser primordial e indissolúvel. Segundo Freire, “a reflexão crítica sobre a prática torna-se uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá, e a prática, ativismo”.viiiInstituto Paulo Freire: O Instituto Paulo Freire surgiu com base na ideia do professor brasileiro de reunir instituições e implementar ações voltadas para a educação como pilar da inclusão social e da redução da desigualdade econômica.Surgido em abril de 1991 e fundado oficialmente em setembro de 1992, o IPF atua, desde então, promovendo consultorias e elaboração de projetos voltados para a educação de jovens e adultos; implementação de currículo e projetos políticos pedagógicos; e cursos de formação para alfabetizadores e professores em geral. Citações de Paulo Freire “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.”“Não existe docência sem discência.”“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens educam-se entre si, mediatizados pelo mundo.”“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”

Pensadores da Educação - Anísio Teixeira


Anísio Spínola Teixeira, considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século XX, Anísio Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. Como teórico da educação, Anísio não se preocupava em defender apenas suas ideias. Muitas delas eram inspiradas na filosofia de John Dewey, de quem foi aluno ao fazer um curso de pós-graduação nos Estados Unidos. Por este motivo foi um dos difusores das ideias de Dewey no Brasil.

Em 1932, Anísio assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova que divulgava, ao povo e ao governo, as principais diretrizes de um programa de reconstrução educacional, proposto por um grupo de educadores, alguns dos quais já haviam comandado reformas no ensino público do País, como, por exemplo, Lourenço Filho (Ceará/1922-1923) e Fernando de Azevedo (Distrito Federal/1927-1930).

Anísio Teixeira foi um educador e escritor brasileiro.

É conhecido por ser o criador da escola pública no país e figura responsável pela democratização do ensino brasileiro.

Considerado um dos maiores articuladores e pensadores da educação brasileira do século XX, Anísio almejou a construção de uma educação pública, democrática, gratuita e acessível para todos os cidadãos.

Segundo ele:

Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública.”

Anísio Spínola Teixeira nasceu dia 12 de julho de 1900 em Caetité, interior da Bahia. Estudou em colégios jesuítas em sua cidade natal e em Salvador.

Em 1922 ingressou na faculdade de Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mais tarde foi estudar em Nova York, onde fez um mestrado na Universidade da Columbia.

Na Bahia, Anísio trabalhou nas escolas como Inspetor Geral do Ensino e Diretor de Instrução Pública. Já no Rio de Janeiro fez parte da Secretaria de Educação e Cultura do Distrito Federal.

Nesse momento, Anísio começa a trabalhar para uma reforma educacional no país. Foi criador da Universidade do Distrito Federal (UDF), no Rio de Janeiro.

Além disso, ao lado de mais 25 intelectuais, participou da produção do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932).

Esse documento foi pioneiro ao apresentar um conjunto de ideias sobre a implementação de uma renovação educacional.

Em 1935 afastou-se do cargo público e começou a viver da tradução de livros. Isso porque sentiu muita pressão política enquanto esteve atuando como educador e articulador de uma nova reforma educacional.

A verdade é que esses fatores não impediram que Anísio seguisse com suas ideias na área educacional.

Assim, em 1946 tornou-se Conselheiro de Ensino Superior da UNESCO. No ano seguinte foi secretário da Secretaria de Educação e Saúde da Bahia.

Foi durante sua atuação nessa secretaria que Anísio ficou reconhecido mundialmente. Isso porque ele foi o responsável pela implantação de um centro de educação e cultura em 1950 em Salvador. Esse centro é chamado de “Centro Popular de Educação Carneiro Ribeiro” ou “Escola Parque”.

Nesse projeto inovador inspirado na educação estadunidense, Anísio conseguiu projetar um centro educativo integrado. Ali, ele uniu a educação formal com atividades extracurriculares informais, como por exemplo, as atividades artísticas.

Em 1951 entrou para a Secretaria Geral da Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Mais tarde esse orgão se transformou na Capes: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A Capes está vinculada ao Ministério da Educação e tem como objetivo consolidar as atuações de nível superior no país.  

Por conseguinte, foi diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) e criador do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE).

Durante seu trabalho nesses órgãos, Anísio focou nos estudos sobre a realidade do Brasil e na implantação da escola pública.

Nesse período, difundiu suas ideias e propostas ao realizar diversas palestras no Brasil e no exterior.

Foi também diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e colaborador da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1961.

Foi professor universitário da disciplina de Administração Escolar na UFRJ e em 1963, ao lado de Darcy Ribeiro (1922-1997), foi reitor da Universidade de Brasília (UNB).

Com o golpe militar de 64, Anísio começou a ser perseguido por suas ideias liberais. Sendo assim, foi para os Estados Unidos e quando retornou ao Brasil continuou com sua atuação na área da educação.

Anísio faleceu em 11 de março de 1971, na cidade do Rio de Janeiro. O educador foi encontrado morto no fosso do elevador.

Sua morte foi considerada um acidente, embora alguns acreditem que ele tenha sido assassinado.

Obras

Anísio reúne uma gama de obras que versam sobre o tema da educação, das quais merecem destaque:

  • Aspectos americanos de educação (1928)
  • Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos (1934)
  • Educação para a democracia (1936)
  • A educação e a crise brasileira (1956)
  • Educação não é privilégio (1957)
  • Educação e Universidade (1962)
  • Educação é um direito (1968)
  • Educação no Brasil (1969)
  • Educação e o mundo moderno (1969)
  • Pequena introdução à filosofia da educação (1971)

  • A Fundação Anísio Teixeira (FAT) é uma entidade de caráter cultural e educacional localizada em Salvador, Bahia.
  • Ela foi criada em 21 de setembro de 1989 e além de oferecer atividades educativas e culturais, tem o objetivo de preservar a memória do educador.

    Além disso, ela atua no apoio as pesquisas relacionadas com Anísio e a educação no Brasil.

  • A Casa Anísio Teixeira está situada na cidade de Caetité, local onde nasceu o educador. O espaço é administrado pela Fundação Anísio Teixeira.

    Trata-se de um centro cultural fundado em 1998 que abriga alguns equipamentos culturais como biblioteca, museu e cinema.

  • No local são promovidas atividades culturais e educativas como eventos, oficinas, encontros, etc.

  • Frases de Anísio Teixeira

    • Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra.”
    • Sou contra a educação como processo exclusivo de formação de uma elite, mantendo a grande maioria da população em estado de analfabetismo e ignorância.”
    • Choca-me ver o desbarato dos recursos públicos para educação, dispensados em subvenções de toda natureza a atividades educacionais, sem nexo nem ordem, puramente paternalistas ou francamente eleitoreiras.”
    • Revolta-me saber que dos cinco milhões que estão na escola, apenas 450.000 conseguem chegar a 4ª. série, todos os demais ficando frustrados mentalmente e incapacitados para se integrarem em uma civilização industrial e alcançarem um padrão de vida de simples decência humana.”



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Alexander Neill, o promotor da felicidade na sala de aula

 Olá queridos leitores e leitoras do meu blog quero dizer que já faz quase 1 mês que eu não estou postando devido a problemas no meu computador. Infelizmente é um problema na placa mãe e a equipe técnica está tentando encontrar a placa mãe compatível. Estou usando um notebook emprestado. Graças a isso, hoje posso postar alguma coisa. Continuando o meu planejamento sobre os principais teóricos da educação , hoje vou falar sobre Alexander Neill. Vocês acreditam que depois de falar sobre todos esses teóricos não sei sobre o que vou falar nos próximos posts. Ainda estou pensando, quais assuntos interessantes da pedagogia??? Eu sei tem vários assuntos interessantes de pedagogia que posso abordar nesse blog.



Biografia

Alexander Sutherland Neill nasceu em 1883 na Escócia. Apesar de ser filho de um professor da zona rural, não fez o curso secundário no período regular como seus sete irmãos. Tímido e pouco amigo dos livros, adorava trabalhar com as mãos. Foi editor de arte de uma revista em Londres e diretor de uma escola primária no sul da Escócia, onde começou a aplicar seus preceitos libertários. Com o fim da Primeira Guerra, deu aulas em King's Alfred, um colégio londrino considerado progressista, mas não pôde fazer grandes transformações no ensino. Em agosto de 1921, fundou a International School. As dificuldades do pós-guerra fizeram com que a instituição mudasse de sede várias vezes, até estabelecer-se num casarão de estilo vitoriano em Leiston, no condado de Suffolk, a 160 quilômetros da capital britânica. Seus princípios se opunham até às propostas da Escola Nova, considerada de vanguarda. Segundo Neill, ela propunha mudanças didáticas mas não fazia referência a modificações na sociedade. Morreu em 1973.


Summerhill

Na área da educação, o educador britânico Homer Lane foi a principal influência de Neill. Ele também era um grande admirador e amigo do psicanalista Wilhelm Reich e se dedicava aos estudos da teoria freudiana.

O autor acreditava que a felicidade é fundamental para o desenvolvimento das crianças e que essa felicidade tem origem num senso de liberdade das mesmas. Para ele, as escolas tradicionais privam de liberdade seus alunos e as consequências da infelicidade vivida pelas crianças reprimidas estão na origem da maioria dos problemas psicológicos da vida adulta.

A fundação de Summerhill deu formato as propostas pedagógicas de Neill, distintas da linha hegemônica da época. Sustentava que os jovens devem ser estimulados a aprender em um ambiente de liberdade e de responsabilidade.

Seus princípios se opunham até às propostas da Escola Nova, considerada de vanguarda. Segundo ele, ela propunha mudanças didáticas mas não fazia ainda referência a modificações na sociedade como gostaria que acontecesse.Isso porque achava que os distintos representantes do referido novo movimento escolar se equivocavam ao desenvolver métodos elaborados que se preocupam primordialmente com o desenvolvimento cognitivo do ser humano, deixando de lado aquilo que para ele era o mais importante, ou seja, a dimensão afectiva. Portanto, ele não só rompe com a divisão cartesiana corpo e mente, intelecto e emoções, como ele despreza os métodos (da maneira como eram concebidos teoricamente) por completo em sua escola. Segundo Neill, a única maneira de se conceber a educação era pensá-la como uma etapa essencial e favorável à formação de seres humanos felizes.

Influenciado pelo pós-I Guerra Mundial, o autor parte do princípio de que a humanidade está doente e essa doença decorre do tratamento repressivo que as crianças recebem. Responde a isso afirmando que toda criança tem direito à liberdade e que um grupo de crianças se autorregula, estabelecendo em conjunto as próprias normas. "Para resumir, meu ponto de vista é que a educação sem liberdade resulta numa vida que não pode ser integralmente vivida. Tal educação ignora quase inteiramente as emoções da vida, e porque essas emoções são dinâmicas, a falta de oportunidade de expressão deve resultar, e resulta, em insignificância, em fealdade, em hostilidade. Apenas a cabeça é instruída. Se as emoções tivessem livre expansão, o intelecto saberia cuidar de si próprio." (NEILL, 1963, p. 93)

Em Summerhill, as crianças não são obrigadas a assistir as aulas e, além disso, as decisões da escola são tomadas em assembléias onde todos votam, incluindo professores, alunos e funcionários. Para o autor, a experiência nessa escola mostrou que, sem a coerção das escolas tradicionais, os estudantes orientam sua aprendizagem através do seu próprio interesse, ao invés de orientar pelo que lhe é imposto.

Neill acreditava que as crianças eram naturalmente sensatas, realistas, boas e criativas. Quando educadas sem interferências dos mais velhos, seriam capazes de se desenvolver de acordo com sua capacidade, seus limites e seus interesses, sem nenhum tipo de trauma. "Toda e qualquer interferência por parte dos adultos só as torna robôs", afirmava. As intervenções, segundo ele, roubavam a alegria da descoberta e a autoconfiança necessária para a superação de obstáculos, causando sentimentos de inferioridade e dependência, duas fortes barreiras para a felicidade completa.

Assim na sua escola, nenhum adulto tem mais direitos que uma criança, todos tem direitos iguais. Nesse sentido o autor destaca a diferença entre os conceitos de liberdade e licença. Para Neill todos devem ser livres, porém isso não implica numa liberdade sem limites. Ninguém tem licença para interferir no espaço de outra pessoa e, ao mesmo tempo, todos têm total liberdade para fazerem o que quiserem no que disser respeito a si próprio. Por isso que ninguém deve determinar quais aulas uma criança deve freqüentar. Mas, ao mesmo tempo, ninguém tem direito de atrapalhar uma atividade coletiva. Liberdade não pode significar direito de fazer o que bem quiser a hora que quiser. Excesso de liberdade se transforma em licenciosidade.

Neill criticava a escola tradicional também por enfatizar demais o lado racional das pessoas, em detrimento do lado emocional. Nesse sentido, em sua escola o teatro, a dança, os trabalhos manuais, ganham um destaque grande frente às disciplinas tradicionais. As aulas das matérias convencionais existem, mas não são o centro da escola.

Como diretor, ele dava aulas de álgebra, geometria e trabalhos manuais. Geralmente dizia que admirava mais aqueles que possuíam habilidades para o trabalho manual do que aqueles que se restringiam ao trabalho intelectual. Durante um período trabalhava individualmente com alguns alunos numa espécie de sessão de terapia. Após algum tempo abandonou esse trabalho individual, pois concluiu que com as sessões ou sem os alunos resolviam seus problemas de qualquer forma. A liberdade era a responsável por isso.


“Gostaria antes de ver a escola produzir um varredor de ruas feliz do que um erudito neurótico” esta frase de Alexander Sutherland Neill (1883/1973), educador escocês, mostra que ele era um homem a frente do seu tempo. O educador influenciou muitas gerações de professores sonhadores do século passado. Revolucionário e utópico nas ideias, ele conseguir levar a teoria da educação libertária para a prática, na sua famosa escola Summerhill.

Grande mestre e homem prático, ele desenvolveu a sua pedagogia influenciado por pensadores como Jean-Jacques Rousseau, Freud, Wilhelm Reich e Homer Lane. Ele pregava a importância do autocontrole na escola; levava a sério a plenitude da liberdade entre os seus alunos e dizia que o propósito maior da escola deveria ser a felicidade da pessoa. Ele preconizou a valorização do emocional em relação com o intelectual. Também foi um pioneiro na concepção de democracia nas escolas, com preceitos teóricos de gestão democrática no ensino.

Li e reli os livros “Liberdade sem Medo” e “Minha luta pela liberdade no ensino”. Foram livros que me marcaram muito. Era interessante conceber uma sala de aula com disciplinas menos rígidas e hierarquizadas e com rotinas que fortaleciam os valores como o afeto, a sensibilidade, a liberdade e a criatividade. Ele preconizava que a educação deveria equilibrar o conhecimento intelectual com o fortalecimento das emoções.

O livro “Liberdade sem medo” virou um best seller e nele Neil retrata toda uma experiência de décadas na escola Summerhill. É uma obra indicada para professores e pais. Ele conseguiu provar que os ex-alunos da escola levaram os valores nela aprendidos para as suas rotinas de estudos e atividades e foram pessoas muito felizes na vida adulta.

Falar sobre o educador, escritor e jornalista Alexander Sutherland Neill (1883-1973) é falar sobre a pedagogia antiautoritária da escola Summerhill School, na Inglaterra, onde viveu boa parte de seus 90 anos. Neill é admirado pelos amantes da liberdade, sobretudo pelo seu reconhecido livro “Liberdade sem Medo”, e pelos que reconhecem a importância da escola democrática, do trabalho em rede e em parceria nas escolas. Sua pedagogia central está fundada num sistema em que a criança tem liberdade para escolher e decidir o que aprender, com base no seu próprio ritmo.

A escola Summerhill rompeu com todos os padrões estabelecidos. Neill considerava que a educação deveria trabalhar com a dimensão emocional do aluno, equilibrando sensibilidade e racionalidade. Por isso ele era contra a hierarquia e a rigidez, para formar indivíduos livres e criativos.
Suas ideias e práticas pedagógicas foram baseadas no filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e também influenciadas pelos psicanalistas austríacos Sigmund Freud (1856-1939) e Wilhelm Reich (1897-1957).

Entrevista com Alexander Neill

1 – O que você considera mais importante ao educar?

Acredito que existem princípios fundamentais no que diz respeito à educação. Em primeiro lugar a liberdade de cada indivíduo, para que ele possa recuperar sua bondade humana que é reprimida. Em segundo lugar, respeitar o ritmo e os interesses dos alunos, com o objetivo de aprender de acordo com as suas inquietudes. Terceiro, formar cidadãos com consciência crítica sobre os que estão à nossa volta, com o objetivo de não aceitar o domínio dos mais poderosos e, por último, o amor, elemento essencial para a aliança entre educador e aluno.

2 – O que você quer dizer com criar consciência crítica?
Baseia-se principalmente no objetivo de que os jovens compreendam que ninguém pode cercear a sua liberdade e, portanto, devem sobrepor-se e criticar aqueles que tentam manipular e reprimir suas mentes.

3 – Summerhill seria uma resposta à Segunda Guerra Mundial e, portanto, uma crítica à opressão da liberdade?
Embora Summerhill tenha sido criada após a Segunda Guerra Mundial e tenha sido uma escola em resposta às repressões de pensamentos e ações, é um lugar onde se pretende mudar radicalmente os padrões estabelecidos e desfrutar da liberdade que por tanto tempo se estagnou.
A própria escola em si não é uma crítica à guerra, mas um lugar onde se pretende criar uma consciência crítica através da educação das crianças e, ao mesmo tempo, um lugar onde a utopia da criação de gerações de jovens que podem realizar mudanças profundas na sociedade… criar uma sociedade mais livre.

4 – Sua escola propõe autogoverno. Em que consiste isso?
Em que os alunos sejam capazes de governar a si mesmos e criar suas próprias normas, para além das restrições que os professores fazem. Olha, eu vou dar um exemplo da nossa escola para entender esse termo. Em Summerhill, você tem total liberdade para decidir se deseja ou não estudar, pode escolher se quer jogar o dia todo ou se pretende ir às aulas, mas a decisão está nelas. Por sua vez, os próprios alunos criam assembleias e resolvem seus problemas diplomática e democraticamente. Summerhill é um bom exemplo para os alunos começarem a entender seus próprios limites, o direito de agir etc.

5.- Quem foi quem influenciou seus problemas de educação?
Sem dúvida, H. Lane, um amigo meu que criou um lugar para jovens delinquentes e me ensinou a importância da liberdade das crianças, da psicanálise e, acima de tudo, a importância do carinho e do amor de que a educação precisa. Por outro lado, Reich, que me mostrou a importância da libertação sexual para a redescoberta da bondade da alma.

6 – O que você procurou alcançar com Summerhill?
Mostrar a todos que existem outras maneiras de educar as pessoas. As pessoas têm medo de mudanças e, por esse motivo, preferem conformismo e passividade. Muitas vezes percebemos que há erros em nosso modo de vida, mas não fazemos nada para mudar devido a esse medo do qual falei. Tentei não me deixar dominar pelo medo e coloquei em operação uma escola experimental porque acreditava, acredito e sempre acreditarei que a maneira como as crianças são educadas nas escolas tradicionais está errada e que coisas novas podem ser experimentadas e Summerhill é uma daquelas possibilidades.

Fontes da entrevista: Respostas de 1 a 5 extraídas de entrevista do blog http://antiautoritarias.blogspot.com/2009/06/entrevista-alexander-s-neill.html. Resposta 6 extraída do blog https://contribuyeconunverso.wordpress.com/2009/06/26/entrevista-a-alexander-neil/

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Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE


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