Teoria de René Spitz acerca do Desenvolvimento Humano



Olá galera tudo bom com vocês?Comigo está tudo ótimo. Hoje vamos falar sobre René Spitz, cujo nome completo era René Árpád Spitz, veio ao mundo em 29 de janeiro de 1887. Seu nascimento ocorreu na cidade de Viena , sendo o mais velho de dois irmãos, filhos de Árpád Spitz e Ernestine Antoinette Spitz. Ele fazia parte de uma família importante e economicamente influente da Hungria e de origem judaica. Ele também tinha uma irmã mais nova, Desirée Spitz (mais tarde Bródy).Apesar de ter nascido em Viena, a família mudou-se para Budapeste, onde o jovem Spitz seria criado e começaria a se desenvolver e a treinar no nível acadêmico.Spitz entraria na Universidade daquela cidade, realizando estudos médicos. Além de Budapeste, ele estudou em outras cidades como Lausanne e Berlim. Durante esses anos, ele trabalhou com profissionais como Sandor Ferenczi e começou a se familiarizar com o trabalho de Sigmund Freud. Ele concluiu seus estudos em medicina durante o ano de 1910. Tudo isso fez de Spitz um grande interesse na psique e na teoria humanas. Psicanalítico.Um ano depois (em 1911) e por recomendação de Ferenczi, Spitz começaria a se analisar para aprender a aprender e acabou treinando psicologia psicanalítica. Tornou-se membro da Sociedade Psicanalítica Vienense em 1926, uma sociedade da qual ele participou de várias investigações. Mais tarde, em 1930, ele fez o mesmo na Sociedade Psicanalítica Alemã. No entanto, dois anos depois, em 1932, ele se mudou para a cidade de Paris, onde atuaria como professor de psicanálise na École Normale Supérieure . Além disso, pouco a pouco, seu interesse se concentraria na neurose infantil, começando a concentrar suas pesquisas no desenvolvimento de menores desde 1935.Mas chegou um momento em que o nazismo tomou o poder e um grande número de pessoas teve que emigrar para evitar a guerra, incluindo Spitz.Em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial, esse importante profissional deixou Paris e foi exilado nos Estados Unidos sob o risco de sua vida por ter ascendência hebraica. Lá ele atuaria como professor no City College da City University of New York. Ele também produziu um filme com sua pesquisa que seria lançada em 1952 e também manteria um emprego como professor de psiquiatria no Hospital Lenox Hill.Mais tarde, ele se mudou para Denver, no Colorado, onde seria contratado como professor na Universidade do Colorado. Além de suas funções de professor, nesse período de sua vida, ele começaria a se concentrar cada vez mais nas relações entre mãe e filho e seria durante esse período vital que começaria a trabalhar com crianças órfãs.E seria com eles que ele descobriria um de seus conceitos mais conhecidos: depressão anaclítica. Analisaria também os efeitos do abandono e da privação afetiva, bem como o desenvolvimento infantil, analisando as relações objetais. Durante esse período, ele realizou numerosos estudos sobre neurose e desenvolvimento infantil a partir de uma perspectiva da psicologia psicanalítica e genética (buscando a veracidade dos dados em seu modelo). Ele também fez numerosos relatórios gráficos, como o produzido em 1952: “Doenças psicogênicas na primeira infância”.Em 1945, começaria a publicar na revista “O Estudo Psicanalítico da Criança”, e um ano depois seria publicada uma de suas grandes obras, na qual explicava o conceito de depressão anaclítica: o livro Anaclitic Depression, The Psychoanalytic Study of the Child. . Ao longo dos anos, ele fez um grande número de publicações e obras, além de continuar a ensinar na universidade. Ele foi finalmente nomeado presidente da Sociedade Psicanalítica de Denver em 1962 , cargo que ocupou até um ano depois.Entre os trabalhos e conceitos mais representativos do autor , destaca-se a concepção de depressão analítica , definida pela presença de irritabilidade, astenia , dependência, angústia, problemas de sono e alimentação, isolamento e apego e problemas precários no nível intelectual e comunicativo e motor. Essa sintomatologia parece derivada da existência de uma privação parcial de afeto durante a primeira infância, e especificamente nos primeiros dezoito meses, em que a criança não conseguiu se aproximar da mãe. Seus estudos foram realizados com crianças de até dois anos.Dentro desse conceito e elaborando sua teoria, ele estabeleceu a existência de três estágios em todo esse tipo de depressão: a fase pré-objeto, na qual o sorriso aparece como um mecanismo organizacional e não há possibilidade de distinção entre objetos ou objetos. Separada do resto, a fase do objeto precursor na qual começa a ser capaz de reconhecer o conhecido e, finalmente, a fase do objeto real, na qual uma diferenciação entre mãe e filho começa a ser entendida e a angústia quando ele se vai ; que também aparecem na angústia e na capacidade de dizer não.Suas observações o levaram a considerar que o relacionamento com a mãe é a origem e marca o conjunto de relações sociais . Ele também trabalhou em aspectos como aquisição de identidade. Outro conceito conhecido desse autor é o marasmo, que se refere ao surgimento de patologia em crianças com privação de afeto, podendo gerar um estado de grande perda de peso e apetite e que, em muitos casos, pode levar à morte da criança.A morte deste autor ocorreu em 11 de setembro de 1974, na cidade de Denver, aos 88 anos de idade.Embora ele não seja um autor especialmente conhecido pela maioria da população, seu legado ainda permanece: ele foi o primeiro a avaliar a existência de transtornos psiquiátricos em crianças e, especificamente, a mostrar interesse, analisar e avaliar a existência de uma clínica depressiva em menores. Suas obras e as de Bowlby são complementares, ajudando a entender elementos como o apego de menores. E a idéia de depressão anaclítica e reações como hospitalismo e marasmo são uma contribuição importante para a ciência. Nesse sentido, também incorpora certo rigor no manuseio da informação, obtido por meio de processos mais baseados em observação e menos abstratos do que outros psicanalistas.Estágios do Desenvolvimento:Spitz descobriu que no processo de estabelecimento das relações objetais a criança passa por três estágios: pré-objetal; objeto precursor, objeto real. O bebê não somente aumenta ou diversifica suas respostas, ele confere ao objeto um novo significado na medida do seu desenvolvimento.• 1º Estágio - Pré-Objetal Idade: até 3 meses: Inicia-se com o nascimento e termina em torno do 3º mês. A interação da criança com o ambiente externo é fisiológica; não existe vontade ou qualquer representação psíquica ou consciência. A criança não se distingue do meio, ou seja, não existe um objeto. Ela recebe os estímulos externos, e devido ao seu mecanismo de proteção interna, e nem os percebe.A única região que opera nesse momento é a cavidade oral, a boca. Tanto servindo para alimentação, necessidade fisiológica mais básica, quanto precursora dos futuros cinco sentidos: olfato, paladar, visão, audição e tato. A cavidade oral funciona, assim, como um ponto intermediário entre a percepção interna e externa.A amamentação é um momento especial para o bebê, pois as experiências da pele, mensagens ao ouvido unem-se à cavidade oral, transformando-o num imenso prazer para mãe-filho.O rosto humano estabelece-se, assim, como o primeiro sinal de memória do bebê, pois é o que mais a criança vê em uma situação que mobiliza afeto. Nenhum outro objeto é foco de atenção da criança neste período e/ou capaz de provocar a resposta ao sorriso. As emoções primárias, fome, sede, prazer e desprazer, são precursores do afeto. O sorriso surge apenas à figura humana, não acontecendo para objetos.A criança que sorri mostra-se capaz de experimentar uma emoção positiva, distingui-la e expressá-la. O sorriso aqui indica a maturidade emocional da criança – é significativo dentro da evolução da criança e denota pura recepção. A ausência de sorriso não se liga ao desenvolvimento, mas, sobretudo ao grau de envolvimento emocional da criança.Em algumas crianças hospitalizadas, Spitz não encontrou o sorriso. Pelo contrário, elas, após observarem o adulto por alguns minutos, viram para o lado, tornando impossível contato emocional. Nada parecia lhes interessar; comum em crianças enclausuradas por muito tempo em camas de hospital, tratamentos longos e difíceis.2º Estágio - Precursor do ObjetoIdade: 3 aos 8 meses: O surgimento do tônus muscular leva à sustentação da cabeça e do tronco, e posteriormente, a criança consegue manter-se sentada e com capacidade de pegar e largar objetos voluntariamente.O bebê de quatro meses pode ser visto tocando a boca, os dedos, até mesmo junto com a mamadeira, observando seus dedos no momento de preensão. Em torno do 6º mês, muitas vezes é visto tocando os próprios pés, interessando-se pelos membros inferiores.A relação com a mãe é especial, sendo que a criança mostra desconforto quando abandonada pela mãe, o que ainda não acontece quando é privada de algum brinquedo. Surge a reação de medo entre o 4º e 6º mês aproximadamente, dirigido a um objeto, pessoa ou coisa, com a qual a criança teve uma experiência negativa.É comum a criança chorar ao entrar em consultório médico, mais ainda no consultório odontológico. Mas é passageira, basta que a criança veja a mãe para que a angústia suma. Quando um estranho se aproxima, basta que ele se vire de costas para que o medo da criança seja superado. No entanto, principalmente durante as consultas médicas e odontológicas, quem deve entender primeiro essa questão do medo é a mãe, que servirá de apoio e reforço positivo para a criança.A manifestação de desconforto passa a ser através do choro, tampar o rosto e virar a cabeça. As relações da criança tornam-se mais complexas, inicia-se a compreensão de ordens, proibições, de gestos sociais como dar adeus e dar a mão.As crianças e pais imitam-se alternadamente ou ao mesmo tempo. As imitações dos pais são como exemplo: estalar a língua, bater palminhas, falar igual ao bebê. Isso muito contribui para o desenvolvimento da criança. Os pais são os veículos transmissores de cultura para a educação de seus filhos, sendo importantes as imitações que aproximam do nível de entendimento da criança. A relação calorosa interfere positivamente na tentativa da criança de ser como o modelo oferecido.• 3º Estágio - Objeto Real Idade: 8 a 12 meses: Tem início quando a criança prefere a mãe, apresentando sinais visíveis de ansiedade diante de um estranho. Criança e mãe comunicam-se cada vez mais de forma direcionada e os gestos da mãe passam a ter significado para a criança e vice-versa. O primeiro desse sinal é o balançar de cabeça indicativa de “não”. A partir do 8º mês, mais ou menos, se a mãe interrompe a atividade da criança dizendo “não” e balançando a cabeça, a criança para a atividade evidenciando o entendimento do sinal.A partir daí surge a linguagem na vida da criança. No início composta de palavras incompletas, até aproximadamente 18 meses. Em regra sua linguagem expressa suas necessidades e representa um pedido de ajuda. Só mais tarde inicia-se a comunicação com ajuda de símbolos verbais. Quando o bebê pronuncia “mamã”, isto pode significar muitas coisas e até frases, como: “estou com fome”; “quero água”; “tire-me daqui”.O gesto “não” interfere diretamente nas relações objetais, nas relações da criança com o meio. Inicia-se a chamada fase da teimosia. A mãe que até então funcionava como o ego externo da criança decidindo sobre os passeios, o local de ir, a alimentação, o que pegar, vê-se obrigada a repreender e impedir uma série de atividades. O acontecimento mais marcante dessa fase é que a criança agora sabe usar o “não” para decidir sobre o quer e o que não quer.

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Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE


 


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