Vida e obra de Ziraldo



 Ziraldo (1932) é um cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo brasileiro. É o criador do personagem de quadrinhos infantil “O Menino Maluquinho”. Foi um dos fundadores da revista humorística “O Pasquim”.

Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga, Minas Gerais, no dia 24 de outubro de 1932. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha e o de seu pai Geraldo. Desde criança já mostrava seu talento para o desenho. Com seis anos teve um desenho seu publicado no jornal Folha de Minas.

Ziraldo estudou no Grupo Escolar Princesa Isabel. Em 1949 foi com a avó para o Rio de Janeiro, onde estudou por dois anos no MABE (Moderna Associação de Ensino). Em 1950 retornou para Caratinga e concluiu o científico no Colégio Nossa Senhora das Graças.

Carreira 

A carreira de Ziraldo começou na revista “Era Uma Vez”, quando fazia colaborações mensais. Em 1954, começou a trabalhar no jornal “Folha da Manhã” (hoje Folha de S. Paulo), desenhando em uma coluna de humor.

Em 1957 foi para a revista O Cruzeiro, publicação de grande prestígio na época. Nesse mesmo ano, formou-se em Direito na Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1958, casou-se com Vilma Gontijo. Com quem teve três filhos, Daniela, Antônio e Fabrízia.

Em outubro de 1960, Ziraldo lançou a primeira revista brasileira de quadrinhos e colorida, de um só autor, intitulada “Pererê”. As histórias da revista já vinham sendo publicadas em cartuns nas páginas da revista O Cruzeiro, desde 1959.

As histórias se passavam na floresta fictícia “Mata do Fundão”. A publicação da revista durou até abril de 1964, quando foi suspensa pelo regime militar. Em 1975, a revista foi relançada com o nome de “A Turma do Pererê”, mas só durou um ano.

Em 1963, Ziraldo ingressou no Jornal do Brasil. Nessa época, em plena ditadura militar, lançou os personagens “Supermãe”, “Mineirinho” e “Jeremias, o Bom”, homem atencioso, elegante, vestido com terno e gravata e que estava sempre disposto a ajudar os outros. O personagem marcou as charges fazendo críticas os costumes e o comportamento da época.

Em 22 de junho de1969, foi lançado o semanário “O Pasquim”, um tabloide de humor e de oposição ao regime militar, que renovou a linguagem jornalística, do qual participavam diversas personalidades importantes, como os cartunistas Jaguar e Henfil, os jornalistas Tarso de Castro e Ziraldo, entre outros.

Em novembro de 1970, toda a redação do jornal foi presa depois da publicação de uma sátira do célebre quadro do Dom Pedro às margens do Rio Ipiranga. A publicação, que fazia muito sucesso, circulou até 11 de novembro de 1991.

Em 1969, Ziraldo lançou seu primeiro livro infantil “Flicts”, que relata a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro usou o máximo de cores e o mínimo de palavras. Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio Nobel Internacional do Humor, no 32.º, no Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas.

Em 1980, Ziraldo lançou o livro "O Menino Maluquinho" um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil. O menino maluquinho é uma criança, que vive com uma panela na cabeça, é alegre, sapeca, cheio de imaginação e que adora aprontar e viver aventuras com os amigos.

Em 1981, o livro recebeu o "Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro". Em 1989, começou a publicação da revista e das tirinhas em quadrinhos do personagem. A obra serviu de inspiração para adaptações no o teatro, televisão, quadrinhos, videogames e cinema.

ziraldo

As obras de Ziraldo já foram traduzidas para diversos idiomas e publicadas em revistas conhecidas internacionalmente, como a inglesa "Private Eye", a francesa "Plexus" e a americana "Mad". Em 2004, Ziraldo ganhou, com o livro "Flicts," o "Prêmio Internacional Hans Christian Andersen". Em 2008, Ziraldo recebeu o "VI Prêmio Ibero Americano de Humor Gráfico Quevedos".

Em 2009, foi lançado o livro “Ziraldo em Cartaz”, que reúne cerca de 300 ilustrações para peças elaboradas pelo cartunista. Em 2016, Ziraldo recebeu a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais.

Obras de Ziraldo

  • Flicts (1969)
  • Jeremias, o Bom (1969)
  • O Planeta Lilás (1979)
  • O Menino Maluquinho (1980)
  • A Bela Borboleta (1980)
  • O Bichinho da Maçã (1982)
  • O Joelho Juvenil (1983)
  • Os Dez Amigos (1983)
  • O Menino Mais Bonito (1983)
  • O Pequeno Planeta Perdido (1985)
  • O Menino Marrom (1986)
  • O Bicho Que Queria Crescer (1991)
  • Este Mundo é Uma Bola (1991)
  • Um Amor de Família (1991)
  • Cada Um Mora Onde Pode (1991)
  • Vovó Delícia (1997)
  • A Fazenda Maluca (2001)
  • A Menina Nina (2002)
  • As Cores e os Dias da Semana (2002)
  • Os Meninos Morenos (2004)
  • O Menino da Lua (2006)
  • Uma Menina Chamada Julieta (2009)
  • O Menino da Terra (2010)
  • Diário de Julieta (2012)

Vida e Obra de Monteiro Lobato

 



Biografia de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor e editor brasileiro. "O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina.

Metade das obras de Monteiro Lobato é formada de literatura infantil. Destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café. Situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna.


Infância e Formação

Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé.

Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se recusou a fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Com 13 anos foi estudar em São Paulo, no Instituto de Ciências e Letras, se preparando para a faculdade de Direito.

Registrado com o nome de José Renato Monteiro Lobato, resolve mudar de nome, pois queria usar uma bengala, que era de seu pai, que havia falecido no dia 13 de junho de 1898. A bengala tinha as iniciais J.B.M.L. gravadas no topo do castão, então, mudou de nome e passou a se chamar José Bento, assim as suas iniciais ficavam iguais as do pai.

Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, formando-se em 1904. Na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Paraíba, no ano de 1907.

Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com ela teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916). Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas, fazia desenhos e caricaturas. Ficou em Areias até 1911, quando mudou-se para Taubaté, para a fazenda Buquira, deixada como herança pelo seu avô.

Publicações Polêmicas

No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação, intitulada "Velha Praga", onde destaca a ignorância do caboclo, criticando as queimadas e que a miséria tornava incapaz o desenvolvimento da agricultura na região. Sua carta foi publicada e causou grande polêmica. Mais tarde, publica novo artigo "Urupês", onde aparece pela primeira vez o personagem "Jeca Tatu".

Em 1917 vende a fazenda e vai morar em Caçapava, onde funda a revista "Paraíba". Nos 12 números publicados, teve como colaboradores Coelho Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura. Muda-se para São Paulo, onde colabora para a "Revista do Brasil". 

No dia 20 de dezembro de 1917, publicou no jornal O Estado de São Paulo, um artigo intitulado "Paranoia ou Mistificação?", onde critica a exposição de Anita Malfatti, pintora paulista recém chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se transformando em estopim do Movimento Modernista.

Literatura Infantil

Entusiasmado, Lobato compra a "Revista do Brasil" e torna-se editor. Publica em 1918, seu primeiro livro "Urupês", que esgota em sucessivas tiragens. Transforma a revista em centro de cultura e a editora em uma rede de distribuição com mais de mil representantes.

Monteiro Lobato, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira, funda a "Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato". Com o racionamento de energia, a editora vai à falência. Vendem tudo e fundam a "Companhia Editora Nacional". Lobato muda-se para o Rio de Janeiro e começa a publicar livros para crianças.

Em 1921 publica "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as escolas. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Pica-pau Amarelo". Em 1927 é nomeado, por Washington Luís, adido comercial nos Estados Unidos, onde permanece até 1931.

Como escritor literário, Lobato destacou-se no gênero "conto". O universo retratado, em geral são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Paraíba, quando da crise do plantio do café. Em seu livro "Urupês", que foi sua estreia na literatura, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu", símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Pica-pau Amarelo", e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial e acessível.

O livro "Caçadas de Pedrinho", publicado em 1933, que faz parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação, está sendo questionado pelo movimento negro, por conter "elementos racistas". O livro relata a caçada a uma onça que está rondando o sítio. "É guerra e das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Anastácia, que tem cara preta".

José Renato Monteiro Lobato ou José Bento Monteiro Lobato faleceu em São Paulo, no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.

Obras de Monteiro Lobato

  • Ideias de Jeca Tatu, conto (1918)
  • Urupês, conto (1918)
  • Cidades Mortas, conto (1920)
  • Negrinha, conto (1920)
  • O Saci, literatura infantil (1921)
  • Fábulas de Narizinho, literatura infantil (1921)
  • Narizinho Arrebitado, literatura infantil (1921)
  • O Marquês de Rabicó, literatura infantil (1922)
  • O Macaco que se fez Homem, romance (1923)
  • Mundo da Lua, romance (1923)
  • Caçadas de Hans Staden, literatura infantil (1927)
  • Peter Pan, literatura infantil (1930)
  • Reinações de Narizinho, literatura infantil (1931)
  • Viagem ao Céu, literatura infantil (1931)
  • Caçadas de Pedrinho (1933)
  • Emília no País da Gramática, literatura infantil (1934)
  • História das Invenções, literatura infantil (1935)
  • Memórias da Emília, literatura infantil (1936)
  • Histórias de Tia Nastácia, literatura infantil (1937)
  • Serões de Dona Benta, literatura infantil (1937)
  • O Pica-pau Amarelo, literatura infantil (1939)
  • Fábulas de Monteiro Lobato

    • O Cavalo e o Burro
    • A Coruja e a Águia
    • O Lobo e o Cordeiro
    • O Corvo e o Pavão
    • A Formiga Má
    • A Garça Velha
    • As Duas Cachorras
    • O Jaboti e a Peúva
    • O Macaco e o Coelho
    • O Rabo do Macaco
    • Os Dois Burrinhos
    • Os Dois Ladrões
    • A caçada da Onça

    Jeca Tatu

    É no livro "Urupês", que Monteiro Lobato retrata a imagem do caipira brasileiro, onde destaca a pobreza e a ignorância do caboclo, que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura. O Jeca Tatu é um flagrante do homem e da paisagem do interior. O personagem se tornou um símbolo nacionalista utilizado por Rui Barbosa em sua campanha presidencial de 1918. Na quarta edição do livro, Lobato pede desculpas ao homem do interior.

        Salve esse blog nos seus favoritos, acompanhe, divulgue e contribua!

        Abraços,

        Rebeca Lucena Dantas

        Pedagoga

        Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE







A importância da contação de histórias na educação infantil


Importância da contação de histórias na educação infantil

Além de ser um momento prazeroso e interativo entre quem conta e quem ouve (geralmente, pais e filhos), narrar histórias para as crianças envolve fábulas, contos e lendas baseadas no repertório de mitos da sociedade.

O adulto, ao contar determinada história, permite que a criança inicie um processo de construção de sua identidade social e cultural.

Contar histórias para crianças também contribui para o desenvolvimento da linguagem — uma vez que amplia o universo de significados da criança — e do hábito da leitura, de vital importância na educação infantil.

Com isso, ajuda no desenvolvimento da criatividade e raciocínio lógico da criança.

A voz, os gestos e a entonação que a pessoa usa ao dar vida a uma história são formas fundamentais de como contar histórias para crianças. Então, quando contar a outras pessoas, lembre-se de que sua voz e seu corpo são suas principais ferramentas. Utilize-as para criar imagens na mente das crianças, usando:

-palavras interessantes e expressivas;

-expressões faciais, como carranca para mostrar o quão irritado um personagem é gestos, como esticar os braços para mostrar o tamanho da coisa;

-expresse em sua voz que dá diferentes personagens, diferentes vozes sonoras, como uma voz suave para um personagem tímido, etc.

Fale com naturalidade, destacando gestos e variações de voz.

Movimente o corpo, explique o significado de palavras consideradas mais difícies e mantenha a atenção da criança.

Salve esse blog nos seus favoritos, acompanhe, divulgue e contribua!

Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE


 

Os irmãos Grimm: A casa da floresta

 




Neste belo conto de fadas, três irmãs se perdem na floresta e conseguem abrigo com um velho que vive com três animais falantes: uma vaca, uma galinha e um galo. Os anfitriões explicam que há muito comida na cozinha e pedem que as moças preparem a ceia. A irmã mais velha e a do meio cozinham uma farta refeição, que dividem apenas com o velho, esquecendo-se dos animais. Já a mais nova, cuida primeiro dos animais, oferecendo-lhes feno, cevada e água. Graças à sua generosidade, a caçula recebe uma surpreendente recompensa.

Quem foram os irmãos Grimm?

Todo mundo que gosta de contos infantis já ouviu, pelo menos alguém mencionar, o nome dos irmãos Grimm. Porém, a verdade é que grande parte das pessoas, apesar de os conhecerem de nome, não fazem a mínima ideia de quem eles foram.

E por terem sido pessoas muito importantes para a história que nós reunimos aqui uma série de informações que vão contar para você quem foram os irmãos Grimm e quais foram as contribuições dos mesmos que foram responsáveis por os tornarem tão famosos.

Os irmãos Grimm

Todo mundo já ouviu ou gosta de algum conto de fada. Afinal de contas, foram eles que inspiraram as produções tão famosas da Disney. E foram os irmãos Grimm os escritores mais famosos de contos de fadas infantis.

Jacob e Wilhelm Grimm foram dois irmãos que até hoje fazem muito sucesso por suas histórias e contos que fazem a imaginação de criança e adultos e foram e são inspiração para diversos filmes.

Alemães, os irmãos Grimm viveram nos séculos 18 e 19 e foram ambos acadêmicos, linguistas, poetas e escritores. Eles dedicaram as suas vidas ao registro de diversas fábulas infantis, ganhando muita notoriedade na época, que com o tempo tomou proporções globais. Mais ainda, foram responsáveis por grandes contribuições para a língua alemã, tendo ambos trabalhado na criação e na divulgação do Dicionário Definitivo da Língua Alemã, obra que não chegaram a completar por causa de suas mortes.

Os contos de fada eram até então fábulas que faziam parte da cultura local, ou seja, eram passadas de boca em boca por pais e filhos. Porém, ao contrário das versões que conhecemos, as versões originais dos contos não tinham finais tão felizes assim. Um exemplo é o conto da Chapeuzinho Vermelho, que originalmente tinha a avó devorada pelo lobo.

Irmãos Grimm

E foram os irmãos Grimm os responsáveis por tornar essas histórias mais infantis, agradáveis e belas. Entre os contos mais famosos dos irmãos Grimm estão alguns que provavelmente fizeram a infância de praticamente toda criança, como Cinderela, Branca de Neve, João e Maria, o Ganso de Ouro e muitos outros.

Prova do sucesso dos contos dos irmãos são os filmes de princesas da Disney, todos inspirados em contos escritos pelos irmãos Grimm.

Com suas palavras sem igual e histórias que fazem a cabeça de gerações há verdadeiros séculos, os irmãos Grimm conquistaram com suas palavras o seu lugar na história do mundo, sendo lembrados para sempre como aquelas pessoas que escreveram os contos de fadas que tanto amamos.

Afinal de contas, quem nunca se encantou com uma fábula ou uma história de princesa quando era criança ou mesmo depois de adulto?

Salve esse blog nos seus favoritos, acompanhe, divulgue e contribua!

Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE


A importância da Literatura na Educação Infantil



Esta pesquisa visa a enfocar toda a importância que a literatura infantil possui, ou seja, que ela é fundamental para a aquisição de conhecimentos, recreação, informação e interação necessários ao ato de ler. De acordo com as idéias acima, percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o prazer de ler, e estas devem estar presentes diariamente na vida das crianças, desde bebês. Conforme Silva (1992, p.57) “bons livros poderão ser presentes e grandes fontes de prazer e conhecimento. Descobrir estes sentimentos desde bebezinhos, poderá ser uma excelente conquista para toda a vida.”

Apesar da grande importância que a literatura exerce na vida da criança, seja no desenvolvimento emocional ou na capacidade de expressar melhor suas idéias, em geral, de acordo com Machado (2001), elas não gostam de ler e fazem-no por obrigação. Mas afinal, por que isso acontece? Talvez seja pela falta de exemplo dos pais ou dos professores, talvez não.

O que se percebe é que a literatura, bem como toda a cultura criadora e questionadora, não está sendo explorada como deve nas escolas e isto ocorre em grande parte, pela pouca informação dos professores. A formação acadêmica, infelizmente não dá ênfase à leitura e esta é uma situação contraditória, pois segundo comentário de Machado (2001, p.45) “não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”.

Existem dois fatores que contribuem para que a criança desperte o gosto pela leitura: curiosidade e exemplo. Neste sentido, o livro deveria ter a importância de uma televisão dentro do lar. Os pais deveriam ler mais para os filhos e para si próprios. No entanto, de acordo com a UNESCO (2005) somente 14% da população tem o hábito de ler, portanto, pode-se afirmar que a sociedade brasileira não é leitora. Nesta perspectiva, cabe a escola desenvolver na criança o hábito de ler por prazer, não por obrigação.

Contextualizando Literatura Infantil

Os primeiros livros direcionados ao público infantil, surgiram no século XVIII. Autores como La Fontaine e Charles Perrault escreviam suas obras, enfocando principalmente os contos de fadas. De lá pra cá, a literatura infantil foi ocupando seu espaço e apresentando sua relevância. Com isto, muitos autores foram surgindo, como Hans Christian Andersen, os irmãos Grimm e Monteiro Lobato, imortalizados pela grandiosidade de suas obras. Nesta época, a literatura infantil era tida como mercadoria, principalmente para a sociedade aristocrática. Com o passar do tempo, a sociedade cresceu e modernizou-se por meio da industrialização, expandindo assim, a produção de livros.

Salve esse blog nos seus favoritos, acompanhe, divulgue e contribua!

Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE


 

 


Olá amados leitores desse blog, finalmente tirei umas férias abençoadas e muito agradecida a Deus por tudo. Vamos começar a leitura?

Biografia de Cecília Meireles

Cecília Meireles (1901-1964) foi uma poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Foi a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estreou na literatura com o livro "Espectros".

Participou do grupo literário da Revista Festa, grupo católico, conservador. Dessa vinculação herdou a tendência espiritualista que percorre seus trabalhos com frequência. Embora mais conhecida como poetisa, deixou contribuições no domínio do conto, da crônica, da literatura infantil e do folclore.

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901-1964) nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901. Perdeu o pai poucos meses antes de seu nascimento e a mãe logo depois de completar 3 anos. Foi criada por sua avó materna, a portuguesa Jacinta Garcia Benevides.

Formação

Cecília Meireles fez o curso primário na Escola Estácio de Sá, onde recebeu das mãos de Olavo Bilac a medalha do ouro por ter feito o curso com louvor e distinção. Em 1917 formou-se professora na Escola Normal do Rio de janeiro. Estudou música e línguas. Passou a exercer o magistério em escolas oficiais do Rio de Janeiro.

Carreira literária

Em 1919, Cecília Meireles lançou seu primeiro livro de poemas, "Espectros" com 17 sonetos de temas históricos. Em 1922, por ocasião da Semana de Arte Moderna ela participou do grupo da revista Festa, ao lado de Tasso da Silveira, Andrade Muricy e outros, que defendia o universalismo e a preservação de certos valores tradicionais da poesia. Nesse mesmo ano, casou-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas.

Cecília Meireles estudou literatura, folclore e teoria educacional. Colaborou na imprensa carioca escrevendo sobre folclore. Atuou como jornalista em 1930 e 1931 e publicou vários artigos sobre educação. Fundou em 1934 a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro. O interesse de Cecília pela educação se transformou em livros didáticos e poemas infantis.

Ainda em 1934, a convite do governo português, Cecília viaja para Portugal, onde proferiu conferências divulgando a literatura e o folclore brasileiros. Em 1935 morreu seu marido.

Professora

Entre 1936 e 1938, Cecília lecionou Literatura Luso-Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1938, o livro de poemas “Viagem” recebeu o Prêmio de Poesia, da Academia Brasileira de Letras. Em 1940 casou-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Grilo.

Nesse mesmo ano, Cecília lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas. Proferiu conferência sobre Literatura Brasileira em Lisboa e Coimbra. Publicou em Lisboa o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Em 1942 tornou-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro. Realizou várias viagens aos Estados Unidos, Europa, Ásia e África, fazendo conferências sobre Literatura, Educação e Folclore.

Características da obra de Cecília Meireles

A rigor, Cecília Meireles nunca esteve filiada a nenhum movimento literário. Sua poesia, de modo geral, filia-se às tradições da lírica luso-brasileira. Apesar disso, suas publicações iniciais evidenciam certa inclinação pelo Simbolismo, reúnem religiosidade, desespero e individualismo. Há misticismo no campo da solidão, mas existe a consciência de seus dons e seu destino:

                               "Eu canto porque o instante existe
                               e a minha vida está completa.
                               -Não sou alegre nem sou triste:
                               sou poeta."

O uso frequente de elementos como o vento, a água, o mar, o ar, o tempo, o espaço, a solidão e a música confirmam a inclinação neossimbolista:

                                Das Palavras Aéreas

                               Ai, palavras, ai, palavras,
                               que estranha potência, a vossa!
                               Ai, palavras, ai, palavras,
                               sois de vento, ides no vento,
                               no vento que não retorna,
                               e, em tão rápida existência,
                               tudo se forma e transforma! (...)

Somente com o livro Viagem (1939) é que Cecília Meireles ingressou no espírito poético da escola modernista. A poetisa foi cuidadosa com a seleção vocabular e teve forte inclinação para a musicalidade (traço associado ao Simbolismo), para o verso curto e para os paralelismos, a exemplo dos versos das poesia medieval portuguesa:

                               Música

                               Noite perdida
                               Não te lamento:
                               embarco a vida

                               No pensamento,
                               busco a alvorada
                               do sonho isento,

                               Puro e sem nada,
                               - rosa encarnada,
                               intacta, ao vento.
                               Noite perdida,
                               noite encontrada,
                               morta, vivida (...)

Poesia Reflexiva

Cecília Meireles cultivou uma poesia reflexiva, de fundo filosófico, que abordou temas como a transitoriedade da vida, o tempo, o amor, o infinito e a natureza. Cecília foi uma escritora intuitiva, que sempre procurou questionar e compreender o mundo a partir das próprias experiências. Uma série de cinco poemas, todos intitulados Motivo da Rosa, da obra “Mar Absoluto”, abordam o tema da efemeridade do tempo:

                                1º. Motivo da Rosa

                                Vejo-te em seda e nácar,
                                e tão de orvalho trêmula,
                                que penso ver, efêmera,
                                toda a Beleza em lágrimas
                                por ser bela e ser frágil. (...)

Poesia Histórica

A obra máxima de Cecília Meireles foi o poema épico-lírico Romanceiro da Inconfidência, onde se encontram os maiores valores de sua poética. Trata-se de uma narrativa rimada, escrita em homenagem aos heróis que lutaram e morreram pela          Pátria:                   

                             Romanceiro da Inconfidência

                                Atrás de portas fechadas,
                                à luz de velas acesas,
                                entre sigilo e espionagem
                                acontece a Inconfidência.
                                E diz o vigário ao Poeta:
                                “Escreva-me aquela letra
                                do versinho de Virgílio...”
                                E dá-lhe o papel e a pena.
                                E diz o Poeta ao Vigário,
                                Com dramática prudência:
                                “Tenha meus dedos cortados,
                                antes que tal verso escrevam...”
                                Liberdade, Ainda que Tarde, (...)

Cecília Meireles faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964. Seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura. Cecília Meireles foi homenageada pelo Banco Central, em 1989, com sua efígie na cédula de cem cruzados novos.

Frases de Cecília Meireles

  • "Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira."
  • "Se em um instante se nasce e um instante se morre, um instante é o bastante para a vida inteira."
  • "Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta."
  • "Meu coração tombou na vida, tal qual uma estrela ferida pela flecha de um caçador."
  • "O vento do meu espírito soprou sobre a vida e só ficaste tu que és eterno."

Obras de Cecília Meireles

  • Espectros, poesia (1919)
  • Nunca Mais... e Poema dos Poemas (1923)
  • Baladas Para El-Rei, poesia (1925)
  • Viagem, poesia (1925)
  • Viagem, poesia (1939)
  • Vaga Música, poesia (1942)
  • Mar Absoluto, poesia (1945)
  • Evocação Lírica de Lisboa, prosa (1948)
  • Retrato Natural, poesia (1949)
  • Doze Noturnos de Holanda, poesia (1952)
  • Romanceiro da Inconfidência, poesia (1953)
  • Pequeno Oratório de Santa Clara, poesia (1955)
  • Pístóia, Cemitério Militar Brasileiro, poesia (1955)
  • Canção, poesia (1956)
  • Giroflê, Giroflá, prosa (1956)
  • Romance de Santa Cecília, poesia (1957)
  • A Rosa, poesia (1957)
  • Eternidade em Israel, prosa (1959)
  • Metal Rosicler, poesia (1960)
  • Poemas Escritos Na Índia (1962)
  • Antologia Poética, poesia (1963)
  • Ou Isto Ou Aquilo, poesia (1965)
  • Escolha o Seu Sonho, crônica (1964)

Salve esse blog nos seus favoritos, acompanhe, divulgue e contribua!

Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE

Vida e Obra Eva Furnari

  Eva Furnari é uma escritora de livros infantis e ilustradora brasileira. Sua obra foi agraciada com diversos prêmios, entre eles, sete Prê...