Freud- Teoria psicanalítica




Ele enfrentou o inimigo interior no campo de batalhas da mente, Freud, suas idéias revolucionaram os conceitos e idéias que o homem têm de si. “Os poetas e filósofos que me antecederam descobriram o inconsciente”; “ o que eu descobri foi o método científico de estudá-lo”. A infância de Freud voltava a memória numa torrente de sonhos pertubadores e lembranças quase esquecidas. A partir dessa turbulência ele criaria uma tese que mudaria para sempre os conceitos e idéias que o homem têm de si. Os conceitos de Psicologia estão aí há muito tempo. Mas ninguém, antes de Freud tentara sistematizá-los para aliviar o sofrimento humano com base neles. Foi algo totalmente novo. Freud acreditava que o homem era um animal em conflito. Grande parte de nossa vida é guiada pelo inconsciente que desconhecemos. Nascido em 6 de maio de 1856, Freud foi um neurologista e psiquiatra austríaco que desenvolveu a Psicanálise, método utilizado até hoje por profissionais de Psicologia e Psiquiatria. A Psicanálise analisa questões que estão no inconsciente do paciente a partir de conflitos baseados em associações livre, sonhos e fantasias do paciente. Suas teorias sobre sexualidade infantil, libido e ego, entre outros tópicos, influenciaram os conceitos acadêmicos, principalmente no século XX. Enquanto estudante de Medicina na Universidade de Viena, Freud estudou neurobiologia, explorando o tecido nervoso e o cérebro de humanos e animais. Ele se dedicou em entender o conhecimento humano e suas experiências de vida. Suas teorias sempre foram baseadas em traumas pessoais que ocorreram no passado do paciente. Freud acredita que as situações acontecem e que são esquecidas e escondidas pela consciência. Em seus tratamentos, o profissional trazia de volta para a consciência a experiência vivida no passado. Dessa forma, havia um confronto entre a intelectualidade e o emocional.Suas principais teorias se desenvolvem a partir dos seguintes aspectos: Id, ego e superego: para ele, essas são as partes essenciais da personalidade humanas. Id é o inconsciente primitivo, impulsivo e irracional que opera exclusivamente no prazer ou na dor e é responsável por instintos como sexo e agressividade. O ego é o “eu” da pessoa, que avalia o mundo psíquico e social. O superego é a voz moral e consciente do ego. Para Freud, o superego é formado nos primeiros cinco anos de vida, baseado nos padrões de moral vindo dos pais do indivíduo. Energia psíquica: para Freud, a Id é a fonte básica da energia psíquica ou a força que guia todos os processos mentais. Ele acredita que a libido ou os impulsos sexuais guiam todas as ações humanas.

Análise dos sonhos: o sonho para Freud só tem uma razão: saber lidar com os problemas que o consciente não sabe. Ele é alimentado pelos desejos – desejados enquanto consciente – da pessoa que sonha. Analisando os sonhos e memórias, o profissional poderá entender o paciente de forma clara, já que o subconsciente pode influenciar o comportamento e os sentimentos da pessoa. A teoria mais polêmica e famosa de Freud é a do Complexo de Édipo, em que todas as crianças que estão entre os três e os sete anos de vida, se atraem sexualmente pelo pai (se for menina) ou pela mãe (se for menino). E que essa mesma criança também compete com o pai (se for menino) ou com a mãe (se for menina). Para ele, esse acontecimento faz parte do processo de desenvolvimento humano. Suas principais obras, usadas até hoje por estudantes de Psicologia e Psiquiatria, são: Estudos sobre a Histeria (1895), A Interpretação dos Sonhos (1900), Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901) e Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905). Em 1939, Freud enfrentava um câncer de boca. Cansado de sentir muitas dores, solicitou uma dose letal de morfina, em sua casa, na cidade de Londres, e morreu aos 83 anos. Como a personalidade se desenvolve? De acordo com o famoso psicanalista Sigmund Freud, as crianças passam por uma série de estágios psicossexuais que levam ao desenvolvimento da personalidade adulta. Sua teoria descreveu como a personalidade se desenvolveu ao longo da infância. Embora a teoria seja bem conhecida em psicologia, sempre foi bastante controversa, tanto durante o tempo de Freud quanto na psicologia moderna. Então, como exatamente os estágios psicossexuais funcionam? Freud acreditava que a personalidade se desenvolvia através de uma série de fases da infância em que as energias do id buscadas pelo prazer  se concentravam em certas áreas erógenas. Uma zona erógena é caracterizada como uma área do corpo que é particularmente sensível à estimulação. Durante os cinco estágios psicossexuais, que são os estágios oral, anal, fálico, latente e genital, a zona erógena associada a cada estágio serve como fonte de prazer. Essa energia psicossexual, ou  libido, foi descrita como a força motriz por trás do comportamento. A teoria psicanalítica sugeriu que a personalidade é estabelecida principalmente aos cinco anos de idade. As primeiras experiências desempenham um papel importante no desenvolvimento da personalidade e continuam a influenciar o comportamento mais tarde na vida. Então, o que acontece durante cada estágio? E se uma pessoa não progredir em um estágio completamente ou favoravelmente? Se esses estágios psicossexuais forem completados com sucesso, uma personalidade saudável é o resultado. Se determinados problemas não forem resolvidos no estágio apropriado,  poderão ocorrer fixações. Uma fixação é um foco persistente em um estágio psicossexual anterior. Até que esse conflito seja resolvido, o indivíduo permanecerá “preso” nesse estágio. Por exemplo, uma pessoa que está obcecada na fase oral pode ser excessivamente dependente dos outros e pode procurar estimulação oral por meio do fumo, da bebida ou da alimentação.

Estágio Oral 

Faixa Etária: Nascimento a 1 Ano 
Zona Erógena: Boca

Durante a fase oral, a principal fonte de interação da criança ocorre através da boca, de modo que o reflexo de enraizamento e sucção é especialmente importante. A boca é vital para a alimentação, e o bebê recebe prazer da estimulação oral por meio de atividades gratificantes como degustação e sucção. Como o bebê é totalmente dependente dos cuidadores (responsáveis ​​pela alimentação da criança), a criança também desenvolve um sentimento de confiança e conforto por meio dessa estimulação oral. O principal conflito neste estágio é o processo de desmame – a criança deve se tornar menos dependente dos cuidadores. Se a fixação ocorre nesse estágio, Freud acreditava que o indivíduo teria problemas com dependência ou agressão. A fixação oral pode resultar em problemas com beber, comer, fumar ou roer as unhas.

 

 

Estágio Anal

Faixa Etária: 1 a 3 anos 
Zona Erógena: Intestino e Controle da Bexiga

Durante o estágio anal, Freud acreditava que o foco principal da libido era controlar os movimentos da bexiga e do intestino. O principal conflito neste estágio é o treinamento de toalete – a criança precisa aprender a controlar suas necessidades corporais. Desenvolver esse controle leva a um sentimento de realização e independência. De acordo com Freud, o sucesso nesse estágio depende da maneira como os pais abordam o treinamento do toalete. Os pais que utilizam elogios e recompensas pelo uso do banheiro no momento apropriado incentivam os resultados positivos e ajudam as crianças a se sentirem capazes e produtivas. Freud acreditava que as experiências positivas durante esse estágio serviram de base para as pessoas se tornarem adultos competentes, produtivos e criativos. No entanto, nem todos os pais fornecem o apoio e incentivo que as crianças precisam durante esta fase. Alguns pais, em vez disso, punem, ridicularizam ou envergonham uma criança por acidentes. De acordo com Freud, respostas inadequadas dos pais podem resultar em resultados negativos. Se os pais adotam uma abordagem que é branda demais, Freud sugeriu que uma personalidade anal-expulsiva poderia se desenvolver, na qual o indivíduo tem uma personalidade confusa, esbanjadora ou destrutiva. Se os pais são muito rígidos ou começam cedo demais o treinamento, Freud acredita que uma personalidade anal-retentiva se desenvolve em que o indivíduo é rigoroso, ordenado, rígido e obsessivo.

O estágio fálico

Faixa etária: 3 a 6 anos de 
zona erógena: genitais

Freud sugeriu que durante o estágio fálico, o foco primário da libido está nos genitais. Nesta idade, as crianças também começam a descobrir as diferenças entre homens e mulheres. Freud também acreditava que os meninos começavam a ver seus pais como um rival pelos afetos da mãe. O complexo de Édipo descreve esses sentimentos de querer possuir a mãe e o desejo de substituir o pai. No entanto, a criança também teme que ele seja punido pelo pai por esses sentimentos, um medo que Freud denominou de ansiedade de castração. O termo complexo Electra foi usado para descrever um conjunto semelhante de sentimentos experimentados por meninas. Freud, no entanto, acreditava que as meninas vivenciavam a inveja do pênis.Eventualmente, a criança começa a se identificar com o pai do mesmo sexo como um meio de possuir indiretamente o outro genitor. Para as meninas, no entanto, Freud acreditava que a inveja do pênis nunca foi totalmente resolvida e que todas as mulheres permanecem um tanto obcecadas neste estágio. Alguns psicólogos contestam essa teoria, chamando-a de imprecisa e humilhante para as mulheres. Em vez disso, há quem acredite que homens experimentam sentimentos de inferioridade, porque eles não podem dar à luz aos filhos, um conceito que ela se referiu como inveja do útero.

O período latente

Faixa Etária: 6 a Puberdade 
Zona Erógena: Sentimentos Sexuais Estão Inativos

Durante este estágio, o superego continua a se desenvolver enquanto as energias do id são suprimidas. As crianças desenvolvem habilidades sociais, valores e relacionamentos com colegas e adultos fora da família. O desenvolvimento do ego e do superego contribui para esse período de calma. O estágio começa na época em que as crianças entram na escola e se preocupam mais com relacionamentos com colegas, hobbies e outros interesses. O período latente é um período de exploração no qual a energia sexual é reprimida ou adormecida. Essa energia ainda está presente, mas é sublimada em outras áreas, como atividades intelectuais e interações sociais. Esta etapa é importante no desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação e autoconfiança. Assim como nos outros estágios psicossexuais, Freud acreditava que era possível que as crianças ficassem obcecadas ou “presas” nessa fase. Fixação nesta fase pode resultar em imaturidade e incapacidade de formar relacionamentos satisfatórios como um adulto.

O estado genital

Faixa etária: puberdade até a morte 
Zona erógena: amadurecendo interesses sexuais

O início da puberdade faz com que a libido se torne ativa novamente. Durante o estágio final do desenvolvimento psicossexual, o indivíduo desenvolve um forte interesse sexual pelo sexo oposto. Este estágio começa durante a puberdade, mas dura todo o resto da vida de uma pessoa. Nos estágios anteriores, o foco era apenas nas necessidades individuais, e o interesse pelo bem-estar dos outros cresce durante esse estágio. Se os outros estágios tiverem sido completados com sucesso, o indivíduo deve estar bem equilibrado, aquecido e carinhoso. O objetivo deste estágio é estabelecer um equilíbrio entre as várias áreas da vida. Ao contrário dos muitos estágios iniciais de desenvolvimento, Freud acreditava que o ego e o superego estavam totalmente formados e funcionando nesse ponto. As crianças mais jovens são governadas pelo id, o que exige satisfação imediata das necessidades e desejos mais básicos. Os adolescentes no estágio genital do desenvolvimento são capazes de equilibrar seus impulsos mais básicos contra a necessidade de se conformar às exigências da realidade e das normas sociais.

Avaliando a Teoria dos estágios de desenvolvimento psicossexual de Freud

A teoria de Freud ainda é considerada controversa hoje em dia, mas imagine quão audacioso pareceu durante o final do século XIX e início do século XX. Tem havido uma série de observações e críticas da teoria psicossexual de Freud em vários aspectos, incluindo críticas científicas e feministas:

A teoria é focada quase inteiramente no desenvolvimento masculino, com pouca menção ao desenvolvimento psicossexual feminino.

Suas teorias são difíceis de testar cientificamente. Conceitos como a libido são impossíveis de medir e, portanto, não podem ser testados. A pesquisa que foi conduzida tende a desacreditar a teoria de Freud.

As previsões futuras são muito vagas. Como podemos saber que um comportamento atual foi causado especificamente por uma experiência de infância? O período de tempo entre a causa e o efeito é muito longo para assumir que existe uma relação entre as duas variáveis.

A teoria de Freud é baseada em estudos de caso e não em pesquisa empírica. Além disso, Freud baseou sua teoria nas lembranças de seus pacientes adultos, não na observação e no estudo das crianças.

 

 

 

 


 

 

 

 



Uma das originalidades dessa teoria na época em que foi feita foi justamente a tentativa de ver a criança de modo mais integrado e de fato parece que hoje em dia a complexidade dos processos educativos e mesmo os vários estudos da criança apontam para a necessidade de não dissociar campos que são indissociáveis, por exemplo, como a afetividade e a inteligência.

O teórico Henri Wallon nasceu na França em 1879. Viveu toda a sua vida em Paris. Antes de chegar a Psicologia e a Educação passou pela Filosofia e pela Medicina. Wallon viveu num período marcado por muita instabilidade social e turbulência política, acontecimentos como as duas guerras mundiais, o avanço do fascismo no período entre guerras, as revoluções socialistas e as guerras para libertação das colônias na África atingiram profundamente a França. Participou ativamente de movimentos contra o Fascismo e da resistência a ocupação nazista. Atuou como médico em instituições psiquiátricas até 1931, atendendo crianças com deficiências neurológicas e distúrbios de comportamento. Ele via à escola como um contexto privilegiado para o estudo da criança. Acreditava que a Pedagogia oferecia campo de observação à Psicologia e questões para investigação. A Psicologia por sua vez ao construir conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil ofereceria um importante instrumento para o aprimoramento da prática pedagógica. Foi um autores do plano Langevin-Wallon um ambicioso projeto de reforma de ensino e faleceu em 1962.

O projeto teórico da teoria do Walllon na sua vertente de psicólogo é psicogênese da pessoa. Dedicou-se à Psicogênese da Pessoa. Estudar a gênese dos processos que constituem o psiquismo humano. Por meio do estudo da criança ele concentrou seus estudos nas fases iniciais da infância, a intenção é compreender como vai se embricando se articulando a complexidade de campos e de fatores que constituem o psiquismo humano tendo ressalvado que ele tem limite que é estudar o campo da consciência. Nessa tentativa de olhar a criança de um modo integrado ele vai delinear quatro campos funcionais: movimento, emoções, a inteligência e a formação do “eu” como pessoa.

movimento seria um dos primeiros campos funcionais a se desenvolver, e que serviria de base para o desenvolvimento dos demais.

Os movimentos, enquanto atividades cognitivas, podem estar em duas categorias: movimentos instrumentais e movimentos expressivos. Os movimentos instrumentais são ações executadas para alcançar um objetivo imediato e, em si, não diretamente relacionado com outro indivíduo; este seria o caso de ações como andar, pegar objetos, mastigar etc. Já os movimentos expressivos têm uma função comunicativa intrínseca, estando usualmente associados a outros indivíduos ou sendo usados para uma estruturação do pensamento do próprio movimentador. Falar, gesticular, sorrir seriam exemplos de movimentos expressivos.

Wallon dá especial ênfase ao movimento como campo funcional porque acredita que o movimento tem grande importância na atividade de estruturação do pensamento no período anterior à aquisição da linguagem.

afetividade, por sua vez, seria a primeira forma de interação com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento.

À medida que o movimento proporciona experiências à criança, ela vai respondendo através de emoções, diferenciando-se, para si mesma, do ambiente. A afetividade é o elemento mediador das relações sociais primordial, portanto, dado que separa a criança do ambiente.

As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, a inteligência.

Na obra de Wallon, inteligência tem um significado bem específico, estando diretamente relacionada com duas importantes atividades cognitivas humanas: o raciocínio simbólico e a linguagem. À medida que a criança vai aprendendo a pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e o poder de abstração vão sendo desenvolvidos. Ao mesmo tempo, e relacionadamente, as habilidades linguísticas vão surgindo no indivíduo, potencializando sua capacidade de abstração.

Wallon dá o nome de pessoa ao campo funcional que coordena os demais. Seria este também o campo funcional responsável pelo desenvolvimento da consciência e da identidade do eu.

As relações entre estes três campos funcionais não são harmônicas, de modo que constantemente surgem conflitos entre eles. A pessoa, como campo funcional, cumpre um papel integrador importante, mas não absoluto. A cognição desenvolve-se de maneira dialética, em um constante processo de teseantítese e síntese entre os campos funcionais.

A teoria de Wallon também propõe uma série de estágios do desenvolvimento:

Estágio impulsivo-emocional

Do nascimento até aproximadamente o primeiro ano de vida, a criança passa por uma fase denominada estágio impulsivo-emocional. É um estágio predominantemente afetivo, onde as emoções são o principal instrumento de interação com o meio. A relação com o ambiente desenvolve, na criança, sentimentos intracenptivos e fatores afetivos.

O movimento, como campo funcional, ainda não está desenvolvido, a criança não possui perícia motora. Os movimentos infantis são um tanto quanto desorientados, mas a contínua resposta do ambiente ao movimento infantil permite que a criança passe da desordem gestual às emoções diferenciadas. Essa é fase do desenvolvimento psicomotor que possui maior participação de elementos do arco-reflexos.

Estágio sensório-motor e projetivo

Dos três meses de idade até aproximadamente o terceiro ano de vida, a criança passa pelo estágio sensório-motor e projetivo. É uma fase onde a inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. A inteligência, nesse período, é tradicionalmente particionada entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos, nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.

Estágio categorial

O estágio do personalismo é sucedido por um período de acentuada predominância da inteligência sobre as emoções. Neste estágio, usualmente chamado estágio categorial, a criança começa a desenvolver as capacidades de memória e atenção voluntárias. Este estágio geralmente manifesta-se entre os seis e os onze anos de idade.

É neste estágio que se formam as categorias mentais: conceitos abstratos que abarcam vários conceitos concretos sem se prender a nenhum deles. Nesta fase, por exemplo, uma criança que antes associasse o conceito de "triângulo" a triângulos equiláteros (porque este tenha sido apresentado como um exemplo de triângulo) adquirirá a habilidade de compreender que mesmo "formatos" diferentes—triângulos isósceles e escalenos—também são abarcados pelo conceito de "triângulo".

No estágio categorial, o poder de abstração da mente da criança é consideravelmente amplificado. Provavelmente por isto mesmo, é nesse estágio que o raciocínio simbólico se consolida como ferramenta cognitiva..

Esse jeito de pensar, que por vezes parece não ter lógica para os mais crescidos, é chamado de pensamento sincrético e é natural da infância. Sincretizar significa reunir, e é isso que os pequenos fazem - ao tentar explicar as coisas, eles misturam realidade e fantasia sem distinção.

Estágio do personalismo

Ao estágio sensório-motor e projetivo sucede um momento com predominância afetiva sobre o indivíduo: o estágio do personalismo. Este estágio, que se estende aproximadamente dos três aos seis anos de idade, é um período crucial para a formação da personalidade do indivíduo e da auto-consciência. Uma consequência do caráter auto-afirmativo deste estágio é a crise negativista: a criança opõe-se sistematicamente ao adulto. Por outro lado, também se verifica uma fase de imitação motora e social.

Estágio da adolescência

Mais ou menos a partir dos onze, doze anos, a criança começa a passar pelas transformações físicas e psicológicas da adolescência. Este é um estágio caracterizadamente afetivo, onde o indivíduo passa por uma série de conflitos internos e externos. Os grandes marcos desse estágio são a busca de auto-afirmação e o desenvolvimento da sexualidade.

Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência. Em verdade, para Wallon o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio. O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem imperícia, sofre manifestações afetivas que levarão a um processo de adaptação. O resultado será a aquisição de perícia pelo indivíduo. O processo dialético de desenvolvimento jamais se encerra.

 

VYGOTSKY: O ENSINO COMO UM PROCESSO SOCIAL


Lev Vygotsky nasceu em 1896 na Bielorússia país que fez parte da antiga União Soviética e morreu em 1934 de tuberculose aos 37 anos. Ele era de família rica e culta. Formou-se em Direito e trabalhou como professor e pesquisador nas áreas de psicologia, pedagogia, filosofia, literatura, deficiência física e mental. Formou um grupo de intelectuais da Rússia pós-revolução que buscava uma nova psicologia. Escreveu cerca de 200 trabalhos científicos. Os temas dessas publicações vão desde a neuropsicologia até a crítica literária passando por deficiência, linguagem, psicologia e educação. Lev Vygotsky é um autor interacionista. Ele fala de quatro planos genéticos do desenvolvimento: filogênese, ontogênese, sociogênese e microgênese. A filogênese que é a história de uma espécie animal (Exemplo: bípede só bota duas patas no chão etc.). É de natureza biológica; Ontogênese que é a história do indivíduo da espécie. Sociogênese que é a história cultural do meio em que o sujeito está inserido e a microgênese que é o aspecto microscópico do desenvolvimento. A relação do homem com o mundo é uma relação mediada através de instrumentos e de signos. A relação por instrumentos é que nos relacionamos com o mundo usando alguns instrumentos, por exemplo usamos uma faca para cortar o pão. Os signos fazem uma interação semiótica ou simbólicas. Por exemplo: Coloca-se uma imagem de um chapéu nas portas do toalete para caracterizar que é um ambiente masculino. Coloca-se um desenho de um par de luvas noutra porta, para caracterizar que aquele ambiente é feminino. Os banheiros masculino e feminino cada um tem seu signo. Grande parte das experiências do mundo são mediadas por outras pessoas. Os signos são construídos culturalmente. Por exemplo: a língua dos grupos humanos. A língua serve para comunicação. A relação entre pensamento e linguagem é muito forte. Por exemplo os chimpanzés utilizam a linguagem para se comunicar. Para Vygotsky o uso da linguagem é através da fala socializada. A fala também é egocêntrica, ou seja, a criança fala sozinha.

I-Quatro pensamentos de Vygotsky:

A)INTERAÇÃO: Troca na relação interpessoal com o meio. Construção da relação com o outro. Se não interagir, não se desenvolverá. O que pode parecer individual, na realidade é o resultado da interação que a pessoa faz com outras pessoas.

B)MEDIAÇÃO: É a interação feita com o uso da língua, linguagem, símbolos etc., que se constituem canais de troca de informações culturais, negociando o sentido das coisas.

C)INTERNALIZAÇÃO: É o momento em que o aprendizado acontece, quando a criança internaliza um conceito com uma representação (gato= é um gato).

D)ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL

 Vygotsky fala da Zona de Desenvolvimento Proximal ou Potencial fala do nível de desenvolvimento real aonde é o nível que a criança já chegou e do nível de desenvolvimento potencial que é o nível que a criança não tem mas podemos imaginar que está próximo de acontecer. Por exemplo: amarrar o cadaço (não consigo fazer sozinha, mas com ajuda) a criança pede ajuda. A Zona de Desenvolvimento Proximal define as funções que ainda não amadureceram mas que estão perto de amadurecerem. Uma das etapas de aprendizagem mais importantes. No ensino, o aprendizado vem antes para antecipar ao aluno o que ele ainda não sabe e nem é capaz de aprender sozinho. O desenvolvimento só ocorre depois. A ZDP é uma região em branco que existe entre o que a criança já sabe fazer sozinha (desenvolvimento real) e aquilo que ela tem o potencial de fazer ou aprender, com a ajuda de um adulto ou professor (mediador entre a criança e o mundo).

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Um aspecto é a importância da intervenção de outras pessoas para o desenvolvimento do sujeito. A importância de um mundo humano e de uma cultura para o desenvolvimento do sujeito. O sujeito dialoga na sua relação com uma situação que lhe trará um desenvolvimento. Vygotsky fala da intervenção pedagógica e da sua importância para o desenvolvimento do sujeito.


 A RELAÇÃO ENTRE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

A aprendizagem ocorre de fora para dentro. A aprendizagem é extremamente importante. Para Piaget a aprendizagem ocorre de dentro para fora. As brincadeiras e os jogos são muito importantes para o desenvolvimento das crianças.

 

 

 

 

 

 


A teoria do desenvolvimento humano de Jean Piaget



Ei galera que lê o meu blog, tudo bem com vocês?Comigo está tudo ótimo. Hoje vou contar a vocês um pouco da biografia de Jean Piaget e de suas principais idéias. Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental. Em 1924, publicou o primeiro de mais de 50 livros, ‘A Linguagem e o Pensamento na Criança’. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-1940). Foi também nesse período que acompanhou a infância dos três filhos, uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de “ajustamento progressivo do saber”. Até o fim da vida, recebeu títulos honorários de algumas das principais universidades européias e norte-americanas. Morreu em 1980, em Genebra, Suíça. Os principais pontos das teorias de Piaget são: Existem várias teorias do desenvolvimento humano em Psicologia. Dentre essas teorias, destaca-se a do psicólogo e biólogo suíço Jean Piaget, pela sua produção contínua de pesquisas, pelo rigor científico de sua produção teórica e pelas implicações práticas de sua teoria, principalmente no campo da Educação. Jean Piaget desenvolveu estudos psicogenéticos objetivando compreender como o ser humano conhece o mundo (material e simbólico) e descobrir quais seriam os mecanismos cognitivos utilizados pelo homem para conhecer este mundo. Piaget desenvolveu suas pesquisas iniciais em biologia, mas suas preocupações com o conhecimento levaram-no diretamente à psicologia, que é de onde, por meio de pesquisas experimentais, construiu sua teoria do desenvolvimento cognitivo. Em síntese, podemos dizer que epistemologia genética é a ciência que explica como o conhecimento é adquirido, o que é, como se inicia e como se desenvolve, é o estudo da gênese e das estruturas cognitivas, da relação sujeito e objeto na aquisição do conhecimento. Na teoria piagetiana, os sujeitos só são capazes de conhecer a realidade atuando sobre ela, para tanto ele desenvolve intercâmbio com o meio numa mediação proporcionada pelos esquemas de ação. Os esquemas são modelos de comportamentos repetíveis, generalizáveis e aperfeiçoáveis e estão em transformação constante ao longo dos estágios de desenvolvimento do sujeito. Os processos responsáveis pelas mudanças dos esquemas são assimilação e acomodação. A assimilação resulta da integração de novos estímulos a esquemas já existentes, ou seja, na incorporação de experiências novas às estruturas anteriores. É o processo de entrada do conhecimento e não altera as estruturas porém proporciona um desenvolvimento quantitativo. Já na acomodação existe uma modificação de uma ação para receber novas situações ou experiências. Quando as estruturas cognitivas não são suficientes para a compreensão de uma determinada situação é preciso construir novas estruturas para se ajustar às características do novo objeto. A acomodação refere-se à ação dos objetos do conhecimento sobre o sujeito. O indivíduo é impelido a se ajustar às demandas impostas pelo ambiente para alcançar o equilíbrio. A equilibração constitui um mecanismo interno que regula os processos de assimilação e acomodação. Expressa a passagem de formas imperfeitas de equilíbrio para formas melhores, construções novas que levam a um equilíbrio superior. Então explicando melhor a assimilação é quando a criança percebe os objetos. Recebimento de algo. Por exemplo: celular novo, para ela é algo que não sabe como mexer. Já acomodação é quando a criança começa a mexer, conhecer, interagir com algo que foi novidade para ela. Começa a entender como funciona. De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo se processa através de períodos dependentes e relacionados entre si, num processo contínuo, qualitativo e quantitativo, que se desenrola ao longo de quatro estágios:

·         1º período: Sensório motor- 0 a 2 anos

·         2º período: Pré-operatório- 2 a 6 anos

          ·         3º período: Operatório concreto- 6 a 11 anos

        ·         4º período: Operações formais- 11 a 16 anos

O período sensório-motor (0 a 2 anos) corresponde ao período mais primitivo do desenvolvimento. As primeiras manifestações do comportamento inteligente são manifestas nas percepções sensoriais e nas atividades motoras. Vai do nascimento até o surgimento da capacidade de representar coisas ausentes. Caracterizado pelo uso da inteligência prática. No período pré-operatório (2 a 6 anos) a criança já é competente ao nível do pensamento representativo (aparecem a linguagem e outras formas de representações como a imitação, o jogo simbólico e o desenho), mas carece de representações mentais que ordenem e organizem esse pensamento. Egocentrismo. No estágio operatório concreto (6 a 11 anos) o desenvolvimento intelectual vai consolidando conforme as experiências físicas e concretas sobre o meio vão se acumulando. A criança começa a conceituar criando estruturas lógicas para a explicação das suas experiências, mas ainda sem capacidade de abstração, ou seja, ela precisa do objeto para maior compreensão dos fenômenos físicos, sociais e lógico-matemáticos. Nesse período, ela desenvolve a capacidade de aplicar pensamentos lógicos a problemas concretos. Tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. Nas operações formais (11 a 16 anos) o sujeito atinge o raciocínio abstrato e conceitual, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, ou seja, já é competente para pensar científica e abstratamente. Assim, ele transforma esquemas concretos em esquemas que operam com base na realidade apenas imaginada como possíveis. Os conteúdos escolares já podem ser tratados livremente sem artifícios concretos, através de símbolos. No final desse período, o sujeito está apto a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. Inicia-se por volta dos 11 ou 12 anos, marcando a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico-dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. Conclui-se que a trajetória de todas as fases é acompanhada pelo desenvolvimento da sociabilidade e afetividade do sujeito. Como nos fala Piaget “Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a vontade aprender”.

 


Concepções de infância ao longo da História


A pesquisa tem por objetivo mostrar através da história como a concepção de infância foi se constituindo ao longo dos tempos. A infância deve ser compreendida como um modo particular de se pensar a criança, e não como um estado universal, vivida por todos do mesmo modo. A concepção de infância foi historicamente construída, perpassando pelo o adulto em miniatura na Idade Média e chegando a criança cidadã na Contemporaneidade. Na sociedade medieval as crianças eram representadas como adultos em miniaturas, sendo vestidas e expostas aos mesmos costumes dos adultos. Não existia nesse período, o chamado sentimento de infância. Na Roma Antiga, o nascimento de uma criança não era apenas um fato biológico, mas também um fato de aceitação paterna. Durante este período da história a contracepção, o aborto, o abandono e morte de crianças eram atitudes corriqueiras e consideradas legítimas. A relação criança/infância foi se modificando a partir da difusão de novos pensamentos e condutas da Igreja Católica. Estas novas condutas fizeram com que surgissem novos modelos familiares que ressaltavam a importância do laço de sangue. Já no século XVIII a Igreja Católica passou a acusar quem matasse crianças de praticar bruxaria. Já no século X e XI o matrimônio e o ato de procriar passaram a ser considerados sagrados. A infância passa a ser reconhecida a partir do discurso cristão do "culto ao menino Jesus" e do "massacre dos inocentes" praticado por Herodes. Segundo o autor, passa a se propagar a idéia de que a criança é um mediador do céu e da terra, e que destes vêm falas de sabedoria. Foi neste cenário, que se emerge o sentimento de infância. Apenas no século XVIII com o surgimento do sentimento de infância, que a concepção de infância se efetivou. Nesse contexto a criança surge para ser amada e educada, sendo que esses deveres constituíram a família base da sociedade. Essa transformação implicou em se planejar os nascimentos, pois, os pais passaram a se sentir responsáveis pelo futuro da criança. A individualização do ser criança se refere, nesse momento histórico, à percepção da criança como indivíduo, caracterizando-a com um mundo próprio. Nessa circunstância, os pais começaram a preocupar-se com a educação das crianças e proporcionar a elas seu mundo próprio. Nesse período a criança começa a ser o centro da família devido a sua ligação com a figura dos anjos que são tidos como seres puros e divinos. Esta concepção de indivíduo faz com que a criança se tornasse alvo do controle familiar, bem como, do meio ao qual estava inserida. Tal fato favoreceu o surgimento da instituição escolar. A criança começou a ser reconhecida como um indivíduo social, inserida dentro da coletividade, onde a família demonstrava preocupação e interesse por saúde e educação. A sociedade passou a criar instituições específicas para as crianças, dentre elas a escola. Essas instituições foram criadas com o intuito de educar e disciplinar moralmente as crianças. A escola surge junto com a idéia de que a infância é um período de vida que precisa ser cuidada e moldada. Atualmente, a criança é considerada um ser competente, tem suas necessidades, seu modo de pensar e agir, modos que lhe são próprios. Oriunda do latim fari-falar, dizer, e do complemento fans, a criança é in-fans, ou seja, aquele que não fala. Portanto, as crianças de hoje não são iguais às dos anos passados, nem serão as mesmas que virão nos próximos anos.


Vida e Obra Eva Furnari

  Eva Furnari é uma escritora de livros infantis e ilustradora brasileira. Sua obra foi agraciada com diversos prêmios, entre eles, sete Prê...