Johann Heinrich Pestalozzi: O amor é o eterno fundamento da educação



Oi galera que lê o meu blog, tudo bom com vocês?Comigo está tudo ótimo. Amor é o único e duradouro fundamento sobre o qual pode a nossa natureza ser educada para a humanidade. Johann H. Pestalozzi foi um grande educador e pioneiro no processo de reforma da educação. Nascido em 12 de janeiro de 1746, em Zurique, na Suíça, teve uma infância muito difícil, pois seu pai havia falecido muito cedo e foi criado somente pela mãe. De família pobre, o garoto passou por muitas dificuldades para sobreviver, encarando o desafio de viver numa sociedade fortemente marcada pela distinção de classes sociais. Petalozzi recebeu educação de cunho protestante, mas não defendia nenhuma religião, considerando-se apenas um cristão. Após ter contato com a obra de Jean Jacques Rousseau, passou a ser fortemente influenciado pelo movimento naturalista e começou a criticar a situação política de seu país. Seus esforços levaram-no à Universidade de Zurique, onde se associou a um grupo de ordem reformista, juntamente com o poeta Lavater, passado, desde então, boa parte de sua juventude engajado em causas políticas. No ano de 1771, após a morte do político Bluntschli, um de seus grandes amigos, resolve abandonar a política e se dedicar inteiramente à educação. Casou-se com 23 anos e, comprando uma fazenda, tentou o cultivo, mas como não tivesse vocação para a vida agrícola, logo fracassou. À época, já havia transformado a fazenda numa escola. Escreveu “ Os Crepúsculos de um Eremita ” (1780) e, no ano seguinte, publicou o romance que seria uma de suas obras de maior destaque: “Leonardo e Gertrudes” (1781). Com essa obra, o professor tornara-se famoso. A Invasão francesa (1798): Os horrores da guerra trouxeram uma nova perspectiva para os trabalhos de Pestalozzi. Por conta da invasão francesa em seu país, muitas crianças ficaram órfãs e passaram a vagar pelas ruas, sem ter abrigo e nem o que comer. Ele abrigava essas crianças num convento abandonado e as educava, cuidando pessoalmente, de cada uma delas. Porém, em 1799, o espaço foi requisitado pelos invasores franceses a fim de instalarem um hospital. Arrasado com o fracasso de sua empreitada, lança, em 1801, o livro “Como Gertrudes ensina suas crianças”. Ali, o pensador expõe seu método pedagógico, partindo da ideia de que a aprendizagem ocorre do mais simples para o mais complexo. Surgia aí o Método Pestalozzi. Método Pestalozzi: O método Pestalozzi consiste na ideia de que a aprendizagem parte de mecanismos mais fáceis e simples, para os mais difíceis e complexos, do que já é conhecido para o que é novo e do concreto para o abstrato. Para ele, a aprendizagem ocorre “de dentro para fora”, ou seja, a criança observa determinado objeto e, através dos órgãos dos sentidos, elabora conteúdos, construindo hipóteses e produzindo conhecimento. Seu método é também chamado de intuitivo, pois parte da premissa de que a intuição é o elemento ativo da mente sobre a produção de conhecimento. Além disso, as ideias inovadoras do pedagogo partiam do pressuposto de que a criança deveria “aprender fazendo” e de que o processo educacional deve englobar e abranger as dimensões intelectual, física e moral do ser humano. Para ele, o método de estudos resumia-se a elementos simples, sendo eles o som, a forma e o número. A linguagem, posteriormente. Nas escolas de Pestalozzi, a produção de conteúdo e o desenvolvimento de valores e habilidades por parte da criança era o mais importante. Não havia castigos e recompensas, muito menos notas e provas. Segundo ele, a escola não é apenas uma extensão do lar e sim inspirada nele, devendo passar afeto e segurança para as crianças. Além disso, dizia que o amor era a essência da educação, sendo ele, o único capaz de levar o indivíduo à plena realização moral. Pestalozzi acreditava que o um dos maiores cuidados do professor deveria ser no tocante ao respeito da fase de desenvolvimento em que a criança se encontra. Pestalozzi buscou se engajar nas causas sociais de seu tempo. Em 1802, como Deputado Federal em Paris, envidou esforços para que Napoleão criasse um sistema nacional de educação primária. Contudo, o imperador respondeu-lhe que não poderia perder tempo com “analfabetos”. Em 1805, mudou-se para uma região próxima ao Lago Neuchâtel, dedicando-se à educação durante 20 anos ininterruptos. Recebia constantes visitas de pessoas que tinham interesse pela educação, tais como Mme. de Staël e Talleyrand, sendo elogiado por figuras, como Humboldt. No ano de 1815 começaram a surgir dissensões entre os professores que ensinavam em sua escola. Por isso, seus últimos dez anos de trabalho foram bastante cansativos e tristes. Em 1825, se aposentou e escreveu o livro “O canto do cisne”, seu último trabalho, registrando aí suas memórias. Pestalozzi faleceu em 17 de fevereiro de 1827, aos 81 anos, em Brugg, na Suíça, tendo deixado vários discípulos, dentre os mais conhecidos, está Denizard Rivail, ou simplesmente, ninguém menos que Allan Kardec. O pedagogo foi um dos grandes pioneiros da educação moderna e influenciou todas as correntes da educação.

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Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE

Jean Jacques Rousseau: pai da educação moderna




Oi galera que lê o meu blog, tudo bom com vocês?Comigo está tudo ótimo.Em 28 de junho de 1712, na cidade de Genebra, nascia Jean-Jacques Rousseau, segundo filho de Isaac Rousseau e Suzanne Bernard (que faleceu no parto), um casal protestante. Jean-Jacques Rousseau recebeu uma primorosa educação do pai. A biblioteca herdada da mãe foi suficiente para que o pai lesse junto ao seu filho até que o menino completasse sete anos de idade.Ao acabarem os livros deixados por Suzanne, Isaac e Jean-Jacques passaram a ler os da biblioteca deixada pelo avô materno do menino, um teólogo e pastor de Genebra. Foi nesse momento que o futuro filósofo teve contato com grandes clássicos da literatura, da política, da história e da filosofia universal.Além da fragilidade de saúde apresentada pelo menino Rousseau, seu futuro com o seu pai não seria dos melhores. Isaac Rousseau, um dia, envolveu-se em uma briga na cidade com um oficial, foi preso e requiriu a prisão do oficial até que a questão fosse resolvida. Não conseguindo provar a sua inocência, o pai de Jean-Jacques exilou-se de Genebra e não se encontrou mais com o filho, que ficou aos cuidados de seu tio materno, Bernard.O tio de Rousseau enviou-o a Bossey, na França, para continuar os estudos com o pastor Lambercier. Em Bossey, ele passou a apreciar o contato com a natureza, algo aparentemente simples, mas que influenciaria o seu pensamento por toda a sua vida.Em 1724, Rousseau retorna a Genebra para viver com um tio. Em seu retorno, o filósofo passa a estudar desenho com o seu primo. Nos anos seguintes, ele começa a aprender uma série de ofícios sem demonstrar nenhuma aptidão ou compromisso com nenhum deles. Foi aprendiz de mensageiro e, posteriormente, aprendiz de gravador (ofício daqueles que gravavam mensagens e imagens em metais, como moedas e medalhas).Durante esse período, Rousseau encontrava refúgio na leitura e nos seus passeios ao ar livre, em meio à natureza. O jovem pensador esquecia-se de retornar no horário certo, e os atrasos renderam-lhe punições por parte de seu mestre, que o empregava como gravador. Aconteceu que, em uma terceira vez, Rousseau atrasou-se para voltar à cidade, encontrando-a com os portões fechados, e assim decidiu que partiria, logo de manhã, para viver sua vida longe dali. A sua partida deu-se no dia 16 de março de 1728.O jovem pensador partiu em busca de traçar o seu próprio caminho. No entanto, o que encontrou foi a fome e a necessidade. Isso fez com que ele procurasse o padre Confignon, um cura responsável por “salvar” os genebrinos protestantes por meio dos ensinamentos católicos. O padre conduziu Rousseau à província de Annecy, para ficar sob os cuidados da Senhora de Warens. Ela o enviou a Turim, na Itália, para um abrigo de aprendizes do catolicismo. Rousseau viveu, por um tempo, no abrigo, a fim de garantir a sua subsistência.Em Turim, ele trabalhou para nobres como gravador e secretário. Além disso, estudou latim. Também estudou música e passou a ensinar os filhos da burguesia e da nobreza essa arte, tendo ainda composto várias peças musicais, que não eram reconhecidas pelas academias musicais e pelos críticos. Nesse período ele trabalhou como preceptor e como instrutor musical, ganhando bases para a escrita de um futuro livro, que seria Emílio, ou Da educação.Em 1745, Rousseau começa um longo relacionamento com Thérèse Levasseur, mulher com quem teve cinco filhos, os quais entregou à adoção por não ter condições de criá-los. Em seu livro Confissões, uma autobiografia publicada postumamente, o filósofo fala do arrependimento que o acompanhou até o fim de sua vida por não os ter criado.Em 1749, Rousseau interessa-se em um anúncio da Academia de Dijón sobre um concurso de redação cujo tema era: “Se o progresso das ciências e das artes contribui para corromper ou apurar os costumes”. Ele redige um texto que venceu o concurso no ano seguinte e tornou-se a primeira publicação do filósofo. Além disso, o pensador começou a ganhar a fama almejada desde sua juventude.A partir da década de 1750, sua vida mudou completamente, e Rousseau passou a escrever sobre temas como moral, religião, política e economia, o que lhe garantiu o estatuto de filósofo. Ele retornou a Genebra, voltou a cultuar o protestantismo, escreveu sobre música, conheceu um dos fundadores da Enciclopédia, Denis Diderot, que o encomendou verbetes sobre música para a obra, e redigiu os seus principais livros — Emílio, Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens O contrato social.

No entanto, a perseguição da Coroa francesa contra os iluministas, entre eles Diderot e, por conseguinte, Rousseau, que passou a influenciar o movimento, acirrou-se. Aparentemente, uma doença neurológica também passou a afetar o filósofo, que se via sempre perseguido.Em 1762, suas duas principais obras, Emílio O contrato social, foram condenadas, e Rousseau precisou fugir das autoridades francesas, indo para a ilha de Córsega. Em Córsega, sentiu a pressão das autoridades e procurou refugiar-se na Inglaterra, onde viveu junto ao amigo e também filósofo David Hume, porém, com o tempo, desconfiou que o amigo estaria conspirando contra ele.Em 1767, Rousseau retornou à França, casou-se com Thérèse Levasseur e escreveu seus últimos livros durante o acirramento dos processos que levariam à Revolução Francesa. O filósofo faleceu em 2 de julho de 1778. Algumas biografias apontam que ele sofreu de complicações causadas por uma doença neurológica crônica, talvez desencadeada por uma sífilis não tratada.Rousseau foi um dos maiores filósofos da soberania democrática, além de ser um dos precursores da psicologia na área de educação, sendo que sua principal teoria se baseia na questão que todo homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade. Dessa forma, para Rousseau, esse mal que corrompe o homem, surge da necessidade do homem de criar novas necessidades, aonde assim surge às desigualdades, dentro das organizações privadas, e a escravatura, dentro de uma monarquia. O filósofo menciona ainda, que existem dois tipos de desigualdades, na qual a primeira seria aquela que se deve às características individuais e, outra é de ordem social, sendo essa última, extremamente prejudicial aos indivíduos, pois vai lhe tosando a liberdade e, assim tendo que ser combatida. Entretanto, ele acreditava que poderia existir uma sociedade que pudesse contribuir para a existência dessa liberdade e, seria essa a sua proposta descrita em o “Do Contrato Social” e, que serviu de base para a Revolução Francesa. Partindo do seu princípio, que o homem nasce naturalmente bom, assim, em relação à educação, Rousseau afirmava que o homem ainda não tinha razão desenvolvida até os seus primeiros anos de vida e, que devíamos desenvolver essa educação desde cedo. Dessa forma, em 1762, publicou Emilio ou Da Educação, que na verdade é um romance pedagógico que conta a educação de um órfão, Emilio, de seu nascimento até seu casamento e assim, revolucionou a pedagogia da época e serviu de base para as teorias modernas de educação. Dentro dessa história, Emilio, teve um preceptor, ou professor, que o auxiliava a ter uma educação conforme a sua natureza e com total liberdade e, assim o preservando da sociedade corruptora. Rousseau sugere então, um novo modelo de educação, substituindo o tradicional, que teria seu ciclo completo, em quatro etapas básicas: • O primeiro período, correspondendo ao inicio da vida, e seria dedicada a infância, a fim de fortificar o corpo, valorizando o fato de a criança ser criança e não um adulto pequeno; • Na segunda fase, a criança desenvolve seu caráter com base no contato com a sua realidade e, sem intervenção direta do preceptor; • No terceiro período, se desenvolve as atividades educacionais principais e também, começa aprender uma profissão, nesse período temos a intervenção maior do preceptor; • E o quarto período, seria a formação adulta, florescendo para a vida moral, religiosa e social. Nesse sentido, Rousseau, não estava preocupado apenas com métodos educacionais, mas sim estabelecer meios de criar um homem livre capaz de tomar as suas próprias decisões. Por fim, a principal contribuição do filósofo para a educação é o respeito com o desenvolvimento da criança, se preocupando com todas as fases, visando deixá-las autossuficientes, mas sem perder a sua essência.


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Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE


Comênio - 1º Pedagogo da História


Oi galera que lê o meu blog, tudo bom com vocês?Comigo está tudo ótimo. Didática significa a arte de ensinar.Essa frase hoje é repetida mas a maioria das pessoas não sabem nem quem disso isso. Essa frase foi escrita há mais de 400 anos dita por Comênio. João Amós Comênio nasceu em 28 de março de 1592 em Nivnice, na Morávia, região pertencente da antiga Boêmia, hoje República Tcheca. Religioso e cristão é conhecido como pai da Didática Moderna.Suas obras expressam um período de transição da Idade Média para a Modernidade.Nelas retomam os antigos gregos e latinos e os transpõem para seu momento histórico em uma área pouco valorizada na época, a Didática. O período em que ele viveu há uma grande evolução e uma grande transformação social em termos de descobertas científicas.É um momento muito forte da Astronomia, da Ciência da Natureza, onde se descobre o processo de circulação do corpo humano, o momento das grandes viagens no período de descoberta de novos países, de novas terras. O período que de certa forma o homem começa a pensar por si mesmo. De certa maneira independente de Deus e da lei divina e começa a passagem do teocentrismo para o antropocentrismo. O mundo passava por amplas reformas em diversas áreas na filosofia, economia, política e ciências. O trabalho começava a deixar o modo de produção servil para algo próximo ao assalariado.Do artesanato movia-se a manufatura.O mundo transformava-se em grande mundo com muitas descobertas e novos conhecimentos. A palavra Didática significa pela sua etimologia grega a arte de ensinar. A palavra Magna significa grande e enorme.Por que ele queria expressar o tempo em que ele viveu, o tempo era grande e estava se tornando enorme. Então ele escreveu uma Didática Magna, em que abrangesse todo o conhecimento daquele período.O subtítulo da Didática Magna era Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos.Porque ele queria que todos aprendessem a ler e a escrever e que todos tivessem acesso a esse novo conhecimento. Sua família fazia parte do grupo religioso Unidade dos Irmãos Boêmios. Essa congregação seguia uma moral austera e tinha a Bíblia como regra de fé. A Unidade dos Irmãos tinha na educação comunitária de crianças, jovens e adultos um de seus mais fortes sustentáculos. Os jovens destinados aos cargos mais elevados da Congregação eram enviados ao estrangeiro para prosseguirem nos estudos. Foi assim que Comênio, em 1611, concluido os estudos secundários, foi enviado a Alemanha.Lá o seu pensamento foi marcado fortemente por Andrea, Campanela, Vives  e  o teólogo calvinista João Henrique Alsted. Retornou a sua Pátria em 1614 e assumiu a função de professor na escola latina de Prerov. Em meio as atividades docentes não descuidava das tarefas religiosas e acontecimentos políticos. No entanto, em meio a tumultuados acontecimentos na Boêmia entre Protestantes e Católicos, Comênio foi para o exílio. A guerra dos trinta fez de Comênio um exilado pelo resto de seus dias. Vivendo no exílio, as contigências da vida de Comênio alargaram-lhe os horizontes pelo encontro com ambientes mais abertos e personalidades ilustres. Comênio ao longo de sua vida produziu muitas obras, dentre elas a "Didática Magna" foi uma importante obra. Esta obra retrata a transição do feudalismo para o capitalismo, traduzindo o embate que se dava no mundo das idéias na passagem de um modo de produção a outro. À perspectiva religiosa, uma das bases de sua didática, juntou as exigências das necessidades das novas forças sociais que estavam surgindo. Os últimos anos da vida de Comênio em Amsterdã transcorreram cheios de atividades diversificadas. Ao lado da preocupação em publicar suas obras, empenhou-se na atividade estritamente Teleológica. Afastou-se gradativamente, dos ambientes científicos e teleológicos a medida que se envolveu com seitas misticas, especialmente o milenarismo.Cansado, e doente, após longa, agitada e fecunda existência faleceu a 15 de novembro de 1670, com a idade de 78 anos, sendo sepultado na Igreja de Naarden, perto de Amsterdã. Comênio, o pai da didática moderna:O filósofo tcheco combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de "tudo para todos" e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança.Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as pessoas - absolutamente todas - à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. De fato, essas idéias se consagraram apenas no século 20, e assim mesmo não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em pleno século 17 por Comênio (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro grande nome da moderna história da educação.A obra mais importante de Comênio, Didactica Magna, marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao longo de sua vida, tinha grande ambição. "Comênio chama sua didática de ‘magna’ porque ele não queria uma obra restrita, localizada", diz João Luiz Gasparin, professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá. "Ela tinha de ser grande, como o mundo que estava sendo descoberto naquele momento, com a expansão do comércio e das navegações."No livro, o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades.Comênio era cristão protestante e pertencia ao grupo religioso Irmãos Boêmios, ao qual se manteve vinculado por toda a vida, tornando-se, em 1648, bispo dos morávios. Embora profundamente religioso, o pensador propôs uma ruptura radical com o modelo de escola até então praticado pela Igreja Católica, aquele voltado apenas para a elite e dedicado primordialmente aos estudos abstratos. Ainda vigoravam as doutrinas escolásticas da Idade Média, pelas quais todas as questões teóricas se subordinavam à teologia cristã. Comênio não foi o único pensador de seu tempo a combater o pedantismo literário e o sadismo pedagógico, mas ousou ser o principal teórico de um modelo de escola que deveria ensinar "tudo a todos", aí incluídos os portadores de deficiência mental e as meninas, na época alijados da educação. "Ele defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao cálculo, para que todos pudessem ler a Bíblia e comerciar", diz Gasparin. Comênio respondia assim a duas urgências de seu tempo: o aparecimento da burguesia mercantil nas cidades européias e o direito, reivindicado pelos protestantes, à livre interpretação dos textos religiosos, proibida pela Igreja Católica.A obra de Comênio corresponde também a outras novidades, entre elas "o despertar de uma nova concepção de criança", como diz Gasparin. "Ele a trata em seus livros com muita delicadeza, num tempo em que a escola existia sob a égide da palmatória", continua o professor. "A educação era vista e praticada como um castigo e não oferecia elementos para que depois as pessoas se situassem de forma mais ampla na sociedade. Comênio reagiu a esse quadro com uma pergunta: por que não se aprende brincando?"Salvação da alma: Sob influência de seitas protestantes e do filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), Comênio acreditava que a salvação da alma poderia ser alcançada durante a vida terrena e que o caminho para isso poderia ter a ajuda da ciência. Para ele, a criatura humana correspondia ao ideal de perfeição. Comênio acreditava que, por ser dotado de razão, o homem pode entender a si e a todas as coisas. Portanto, deve se dedicar a aprender e a ensinar. Seguindo esse pensamento, Comênio conclui que o mais importante na vida não é a contemplação e sim a ação, o "fazer".No pensamento humanista do pedagogo tcheco, a instrução e o trabalho diferenciavam o homem burguês do homem feudal. Em sua trajetória, o novo indivíduo deveria imitar a natureza, porque, emulando Deus e respeitando as aptidões de cada um, não haveria possibilidade de erro. De Bacon, Comênio adotou o método empírico de explorar o mundo, em contraposição às verdades impostas pelo ensino medieval. Pela experimentação, ele acreditava que todos poderiam vir a enxergar a harmonia do universo sob o caos aparente. "Comênio queria mudar a escola com a didática e a sociedade com a educação", diz Gasparin. "Era um grande idealista."

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Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE

Gestalt-terapia




Oi galera que lê o meu blog, tudo bom com vocês?Comigo está tudo ótimo. A Gestalt-terapia foi criada por Fritz Perls e alguns psicoterapeutas na década de 1950. Fritz, era muito crítico a filosofia freudiana e aos seus métodos, pois considerava voltado ao passado e muito interpretativo. Então, propôs uma terapia centrada no presente (aqui-agora) e na experiência genuína do sujeito envolvendo a sua totalidade (corpo, pensamentos, emoções e sensações) e tudo o que está presente naquele momento, também chamado de “Campo de experiência” único daquela pessoa, com todos os seus valores e significados. “Gestalt” é uma palavra alemã que significa “Configuração”, o que pode ser interpretado como “a forma como cada ser estrutura a percepção de si mesmo e do mundo”.A relação que se estabelece entre o terapeuta e o paciente é fundamental na Gestalt-terapia. Procura-se construir uma relação genuína, através do diálogo de pessoa para pessoa, que no decorrer do tempo, pouco a pouco, o paciente começa a ampliar a sua percepção e atribui seus próprios significados.Dessa forma, qualquer sintoma (depressão, ansiedade, distúrbios psicossomáticos, pânico…) vai sendo interpretado como um “sinal” do corpo, que poderá ser reinterpretado e utilizado na procura de uma auto-regulação mais saudável. Friederich Salomon Perls foi um  psiquiatra e psicoterapeuta alemão nascido em 1893 e falecido em 1970. É o fundador da Gestalt-terapia uma proposta de psicoterapia surgida em 1951 quando Perls publicou em parceria com  Paul Goodman e Ralph Hefferline o conhecido livro Gestalt-terapia. Apesar do nome Gestalt-terapia a abordagem não está apoiada exclusivamente na Psicologia da Gestalt mas também na Fenomenologia, no Existencialismo, no Humanismo, na Teoria de Campo de Kurt Lewin e na Teoria Organísmica de Kurt Goldstein. A Fenomenologia pode ser entendida como o estudo dos fenômenos.E o que é um fenômeno?Na Fenomenologia fenômeno é aquilo que aparece, ou seja, qualquer coisa pode ser um fenômeno: o nascer do sol, o cair da chuva, uma maçã, um gato. Mas a Fenomenologia não está interessada em qualquer fenômeno mas sim nos fenômenos da consciência. Edmund Husserl é considerado o fundador da Fenomenologia mas antes dele Franz Brentano já se dedicava aos estudos Fenomenológicos. Além deles pensadores como Merleau-Ponty e Martin Heidegger e outros trouxeram grandes contribuições ao campo da Fenomenologia. Mas  Husserl é sem dúvida o grande nome dessa escola de pensamento. Afinal a Fenomenologia é ao mesmo tempo uma teoria e um método.Vejamos alguns de seus princípios.Para a Fenomenologia todo ato mental incorpora algo de fora de si.Por exemplo: se eu vejo, vejo algo; se eu gosto, gosto de algo e se tenho consciência, tenho consciência de algo.Note que o ato de ver não existe sozinho, só existe na medida em que algo é visto.Assim como gostar só faz sentido quando está relacionado a algo: uma pessoa, um lugar, uma comida.Quem gosta, gosta de algo.Nossos atos mentais sempre estão relacionados a alguma coisa, ou seja, algo que aparece.Por isso a Fenomenologia entende que ter consciência é ter consciência de algo.A consciência não existe sozinha. Assim chegamos ao conceito de intencionalidade.Nossa consciência tem intencionalidade, ou seja, ela sempre se direciona a algo.Intencionalidade na Fenomenologia significa interesse, direcionamento. Não é intencionalidade no sentido de intenções ou motivações.É intencionalidade no sentido de orientar-se em alguma coisa, para aquilo que aparece. Nossa consciência se interessa pelas coisas. Contudo a Fenomenologia entende que essa consciência que se interessa pelos objetos está contaminada com interpretações, idéias, valores e suposições.Afinal, todos temos experiências passadas que influenciam a nossa forma de ver o presente. Mas a Fenomenologia também considera que nós podemos purificar a nossa relação com os fenômenos que observamos, ou seja, seria possível limpar essa relação evitando que ela seja contaminada com as interpretações que já trazemos na consciência.Por isso o lema da Fenomenologia é voltar as coisas mesmas, ou seja, tentar compreender as coisas tal como elas se mostram no presente sem contaminá-las com interpretações; ver a essência das coisas e toda a sua complexidade no aqui e agora.E quais as implicações disso para o Gestalt-terapeuta?Primeiro, a Fenomenologia nos mostra que cada pessoa é um mundo, quer dizer cada pessoa tem um um olhar só seu para a realidade, logo o papel do terapeuta não é de interpretar o mundo do cliente mas de tentar enxergar o mundo dele tal qual como se mostra. O Gestalt-terapeuta não tentará interpretar os problemas do cliente explorando o seu passado como fazem outras abordagens. Ele tentará entender o presente. O passado só se torna interessante na terapia na medida em que ele reaparece no presente.Então o terapeuta focará no aqui e agora sem interpretar a dificuldade do cliente, sem perguntar porquê.Mas perguntando: O quê?E como?O que é a dificuldade do cliente?Como ela se apresenta para o cliente?Como o cliente a vive?Como o cliente a sente?Nesse processo o Gestalt-terapeuta também ajuda o cliente a tentar compreender sem prejulgamentos e sem suposições.Ajuda o cliente a tomar consciência de si, da sua situação de vida, do aqui e agora.A ver as coisas tal como elas se mostram. A ver a existência das coisas que estão soterradas por inúmeras interpretações. Essa tomada de consciência também é conhecida como awareness. Awareness é o fundamento da Gestalt-terapia, ela se tornou muito conhecida por isso. Esse tipo de awareness requer que o terapeuta seja capaz de estar presente e se liberar de todos os pensamentos, julgamentos e avaliações para que se interesse pela experiência do cliente.Porque o que estamos fazendo é afinar o foco no cliente quando perguntamos: Qual sua experiência agora? O que sente? Do que está consciente?(Essa pergunta é chave). Porque ao fazermos isso ajudamos o cliente a ir além das idéias sobre quem ele é, quem deveria ser, ou quem ele era...e o trazemos para a atualidade do presente, qualquer que seja, feliz, triste, amedrontado. E isso requer muito apoio, porque as pessoas gastam muito tempo evitando estar no presente. Mas essa é a chave da mudança terapêutica na Gestalt-terapia. Trabalhar com awareness nos leva rapidamente à profundidade, então é uma ferramenta que precisa ser exercitada com muito cuidado e muito respeito. O uso da awareness na Gestalt-terapia é um facilitador, por isso perguntamos ao cliente: Do que está consciente agora?Contudo, é importante que eu também trabalhe minha própria awareness, como terapeuta devo me perguntar:Do que estou consciente agora? pois isso também é um ingrediente importante. Existem muitas maneiras diferentes de se trabalhar com awareness.Há o que se chama de contínuo da awareness, a questão que se repete:Do que você está consciente agora? A pergunta simples que se repete pode ajudar a focar a pessoa no presente. E na experiência presente há diferentes elementos, há a experiência somática, a experiência cognitiva e a há a experiência sensorial. Esses diferentes elementos da awareness são abordados na terapia dependendo de onde a pessoa possa estar presa, então trazer outros elementos da awareness ajuda a pessoa a se soltar. Qualquer criança está em total awareness, está naturalmente lá.Na medida em que crescemos, aprendemos a nos adaptar, somos treinados, educados.Nossa awareness tende a diminuir e tende a se tornar mais um processo de pensamento. Tudo isso é útil às vezes, mas na Gestalt-terapia queremos desempacotar um pouco disso. Desempacotar um pouco dos julgamentos e avaliações.Não há nada de errado com eles, também podem ser úteis, mas porque eles tapam o caminho que nos leva a ver a pessoa única que é o cliente. E, especialmente, tapam o caminho para se entender como o cliente experiencia o mundo. Isso é o que chamamos de abordagem fenomenológica.Estamos interessado nessa pessoa única diante de nós e sua awareness única.Humanismo:A Gestalt se encontra dentro de uma das grandes correntes teóricas da psicologia. O humanismo é definido pela volta da psicologia ao homem e às questões realmente humanas (amor, ódio, medo, solidão, saúde, beleza, virtude).O humanismo busca trazer o homem e a sua história para o centro do debate, o homem torna-se senhor do seu tempo e do seu mundo.Aqui, é o homem é capaz de autogerir-se, autogovernar-se, busca sua autorrealização. O homem pode tomar posse do seu destino.O homem é um completo vir-a-ser, nunca é algo estático ou estagnado, antes é um ser em constante transformação e mudança. Conceber o homem como um ser estático é não compreender o homem em sua essência.Existencialismo:A Gestalt-Terapia tem, dentre suas características, recuperar o homem de sua alienação existencial. O existencialismo incide sobre o pensamento gestáltico, trazendo o homem para o centro da sua singularidade. Sua subjetividade é o ponto de equilíbrio, e é na intersubjetividade que se faz humano.Ao longo de suas obras, Perls demonstrou que o objetivo da terapia era fazer com que o cliente se tornasse mais responsável, consciente, capaz de realizar um bom contato, e que, a cada sessão, o cliente se tornasse mais ele-mesmo.A espécie humana é a única capaz de existir. Existência, que pode ser traduzida por: pôr para fora, projetar-se. Essa capacidade é caracteristicamente humana, só o ser humano transcende toda barreira. Enquanto outros seres seguem sua programação biológica, o homem se faz homem, se constrói com base na cultura, na história, e na sua própria individualidade.O homem passa a ter objetivos, sua condição de existência passa a ser o seu potencial, este então passa a dar sentido para si. É o único que vive num constante devir (vir-a-ser). Tudo que este é ainda está por se fazer. O homem é, por si só, uma obra inacabada, tendo seu projeto em suas próprias mãos. Antes de tudo, existência é possibilidade de se projetar, se construir.Durante sua vida, o homem, perpassa por um meio social massacrante, avassalador, que destrói e corrompe suas potencialidades genuínas. O caminho da existência é áspero e cheio de pedras, para muitos a existência perde seu maior significado, perde-se o sentido, a sua realização passa a estar cada vez mais distante. O homem sem sentido de vida é incapaz de viver plenamente. Na existência humana, mergulhar nas trevas é parte da caminhada. No entanto, para sair das trevas, é preciso encontrar o verdadeiro sentido de vida. Diante de sua capacidade de autorrealização, mesmo no deserto, a mais bela flor consegue florescer.
Psicologia da Gestalt: Gestalt é uma palavra alemã. Existem diversas interpretações para o termo: uma diz que pode ser considerada a psicologia da forma; outra a associa ao processo de surgimento de figura-fundo. A palavra adequada para designar a Gestalt seria dizer: Gestaltung, palavra que indica "dar forma", ou seja, um processo, uma formação. A concepção da psicologia da Gestalt, até então antiga, é a teoria sobre como o nosso campo perceptivo segue determinadas tendências sob a forma de conjuntos estruturados. A percepção estruturada se daria seguindo a tendência das linhas e das formas, destacando as figuras de seus fundos. Porém, não se pode reduzir os fenômenos somente ao que é percebido (ao campo perceptivo), pois deve-se levar em conta o todo sendo diferente da soma das partes. Ex: H2O. Sabemos que a fórmula da água é de duas partículas de Hidrogênio e uma de Oxigênio; no entanto não se consegue "fazer água" apenas juntando essas duas moléculas. Assim, "o todo é diferente da soma de suas partes"; influência também herdada das psicologias de Kurt Lewin (teoria de campo) e Kurt Goldstein (teoria organísmica).A principal queixa dos criadores da Gestalt, em relação, às psicoterapias tradicionais, é o fato de elas não compreenderem o ser como um todo. Quando se analisa um comportamento, é preciso considerar o contexto, o que poderíamos chamar de espaço-tempo. Segundo GINGER: "uma parte num todo é algo bem diferente desta mesma parte isolada ou incluída num outro todo [...] num jogo, um grito é diferente de um grito numa rua deserta [...]" (1995, p14).A psicologia da Gestalt possibilitou, a Perls, estudar a hierarquia de necessidades. Ele dizia que uma Gestalt seria o processo de formação de uma necessidade em busca de sua satisfação. Então, todo o organismo seria colocado a favor da Gestalt emergente (a figura que emerge de seu fundo). Um organismo sadio estaria atento ao surgimento de Gestalten e iria rumo à satisfação.Um exemplo utilizado por Perls diz respeito a uma mãe com seu bebê recém-nascido, que, em meio a uma multidão de sons, sono e cansaço (fundo), acorda ao ouvir seu filho chorando (figura).Para alguns teóricos, uma das maiores inovações da Gestalt-Terapia em relação à Psicologia da Gestalt, é o fato de ampliar o conceito de figura-fundo, antes visto apenas como parte do processo perceptivo, mas que passa a fazer parte da motivação, esta associado ao processo de emergência das necessidades do organismo.

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Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE

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