Comênio - 1º Pedagogo da História


Oi galera que lê o meu blog, tudo bom com vocês?Comigo está tudo ótimo. Didática significa a arte de ensinar.Essa frase hoje é repetida mas a maioria das pessoas não sabem nem quem disso isso. Essa frase foi escrita há mais de 400 anos dita por Comênio. João Amós Comênio nasceu em 28 de março de 1592 em Nivnice, na Morávia, região pertencente da antiga Boêmia, hoje República Tcheca. Religioso e cristão é conhecido como pai da Didática Moderna.Suas obras expressam um período de transição da Idade Média para a Modernidade.Nelas retomam os antigos gregos e latinos e os transpõem para seu momento histórico em uma área pouco valorizada na época, a Didática. O período em que ele viveu há uma grande evolução e uma grande transformação social em termos de descobertas científicas.É um momento muito forte da Astronomia, da Ciência da Natureza, onde se descobre o processo de circulação do corpo humano, o momento das grandes viagens no período de descoberta de novos países, de novas terras. O período que de certa forma o homem começa a pensar por si mesmo. De certa maneira independente de Deus e da lei divina e começa a passagem do teocentrismo para o antropocentrismo. O mundo passava por amplas reformas em diversas áreas na filosofia, economia, política e ciências. O trabalho começava a deixar o modo de produção servil para algo próximo ao assalariado.Do artesanato movia-se a manufatura.O mundo transformava-se em grande mundo com muitas descobertas e novos conhecimentos. A palavra Didática significa pela sua etimologia grega a arte de ensinar. A palavra Magna significa grande e enorme.Por que ele queria expressar o tempo em que ele viveu, o tempo era grande e estava se tornando enorme. Então ele escreveu uma Didática Magna, em que abrangesse todo o conhecimento daquele período.O subtítulo da Didática Magna era Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos.Porque ele queria que todos aprendessem a ler e a escrever e que todos tivessem acesso a esse novo conhecimento. Sua família fazia parte do grupo religioso Unidade dos Irmãos Boêmios. Essa congregação seguia uma moral austera e tinha a Bíblia como regra de fé. A Unidade dos Irmãos tinha na educação comunitária de crianças, jovens e adultos um de seus mais fortes sustentáculos. Os jovens destinados aos cargos mais elevados da Congregação eram enviados ao estrangeiro para prosseguirem nos estudos. Foi assim que Comênio, em 1611, concluido os estudos secundários, foi enviado a Alemanha.Lá o seu pensamento foi marcado fortemente por Andrea, Campanela, Vives  e  o teólogo calvinista João Henrique Alsted. Retornou a sua Pátria em 1614 e assumiu a função de professor na escola latina de Prerov. Em meio as atividades docentes não descuidava das tarefas religiosas e acontecimentos políticos. No entanto, em meio a tumultuados acontecimentos na Boêmia entre Protestantes e Católicos, Comênio foi para o exílio. A guerra dos trinta fez de Comênio um exilado pelo resto de seus dias. Vivendo no exílio, as contigências da vida de Comênio alargaram-lhe os horizontes pelo encontro com ambientes mais abertos e personalidades ilustres. Comênio ao longo de sua vida produziu muitas obras, dentre elas a "Didática Magna" foi uma importante obra. Esta obra retrata a transição do feudalismo para o capitalismo, traduzindo o embate que se dava no mundo das idéias na passagem de um modo de produção a outro. À perspectiva religiosa, uma das bases de sua didática, juntou as exigências das necessidades das novas forças sociais que estavam surgindo. Os últimos anos da vida de Comênio em Amsterdã transcorreram cheios de atividades diversificadas. Ao lado da preocupação em publicar suas obras, empenhou-se na atividade estritamente Teleológica. Afastou-se gradativamente, dos ambientes científicos e teleológicos a medida que se envolveu com seitas misticas, especialmente o milenarismo.Cansado, e doente, após longa, agitada e fecunda existência faleceu a 15 de novembro de 1670, com a idade de 78 anos, sendo sepultado na Igreja de Naarden, perto de Amsterdã. Comênio, o pai da didática moderna:O filósofo tcheco combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de "tudo para todos" e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança.Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as pessoas - absolutamente todas - à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. De fato, essas idéias se consagraram apenas no século 20, e assim mesmo não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em pleno século 17 por Comênio (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro grande nome da moderna história da educação.A obra mais importante de Comênio, Didactica Magna, marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao longo de sua vida, tinha grande ambição. "Comênio chama sua didática de ‘magna’ porque ele não queria uma obra restrita, localizada", diz João Luiz Gasparin, professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá. "Ela tinha de ser grande, como o mundo que estava sendo descoberto naquele momento, com a expansão do comércio e das navegações."No livro, o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades.Comênio era cristão protestante e pertencia ao grupo religioso Irmãos Boêmios, ao qual se manteve vinculado por toda a vida, tornando-se, em 1648, bispo dos morávios. Embora profundamente religioso, o pensador propôs uma ruptura radical com o modelo de escola até então praticado pela Igreja Católica, aquele voltado apenas para a elite e dedicado primordialmente aos estudos abstratos. Ainda vigoravam as doutrinas escolásticas da Idade Média, pelas quais todas as questões teóricas se subordinavam à teologia cristã. Comênio não foi o único pensador de seu tempo a combater o pedantismo literário e o sadismo pedagógico, mas ousou ser o principal teórico de um modelo de escola que deveria ensinar "tudo a todos", aí incluídos os portadores de deficiência mental e as meninas, na época alijados da educação. "Ele defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao cálculo, para que todos pudessem ler a Bíblia e comerciar", diz Gasparin. Comênio respondia assim a duas urgências de seu tempo: o aparecimento da burguesia mercantil nas cidades européias e o direito, reivindicado pelos protestantes, à livre interpretação dos textos religiosos, proibida pela Igreja Católica.A obra de Comênio corresponde também a outras novidades, entre elas "o despertar de uma nova concepção de criança", como diz Gasparin. "Ele a trata em seus livros com muita delicadeza, num tempo em que a escola existia sob a égide da palmatória", continua o professor. "A educação era vista e praticada como um castigo e não oferecia elementos para que depois as pessoas se situassem de forma mais ampla na sociedade. Comênio reagiu a esse quadro com uma pergunta: por que não se aprende brincando?"Salvação da alma: Sob influência de seitas protestantes e do filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), Comênio acreditava que a salvação da alma poderia ser alcançada durante a vida terrena e que o caminho para isso poderia ter a ajuda da ciência. Para ele, a criatura humana correspondia ao ideal de perfeição. Comênio acreditava que, por ser dotado de razão, o homem pode entender a si e a todas as coisas. Portanto, deve se dedicar a aprender e a ensinar. Seguindo esse pensamento, Comênio conclui que o mais importante na vida não é a contemplação e sim a ação, o "fazer".No pensamento humanista do pedagogo tcheco, a instrução e o trabalho diferenciavam o homem burguês do homem feudal. Em sua trajetória, o novo indivíduo deveria imitar a natureza, porque, emulando Deus e respeitando as aptidões de cada um, não haveria possibilidade de erro. De Bacon, Comênio adotou o método empírico de explorar o mundo, em contraposição às verdades impostas pelo ensino medieval. Pela experimentação, ele acreditava que todos poderiam vir a enxergar a harmonia do universo sob o caos aparente. "Comênio queria mudar a escola com a didática e a sociedade com a educação", diz Gasparin. "Era um grande idealista."

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Abraços,

Rebeca Lucena Dantas

Pedagoga

Discente do Curso de Pedagogia-UECE/CE

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